O modelo de liderança participativa de Vroom e Yetton: o que ele oferece?

A liderança participativa caracteriza-se por permitir a participação de todos os colaboradores na geração de alternativas e na tomada de decisões.

Assim, Victor Vroom e Phillip Yetton propõem diferentes tipos de liderança dependendo do grau de envolvimento dos subordinados e da forma como as decisões são tomadas. Além disso, o tipo de comportamento do líder não será rígido, ou seja, será adaptado às características do líder e de seus subordinados e ao estilo da tarefa.

Neste artigo falaremos sobre a liderança participativa apresentada por Vroom e Yettonque tipos de liderança eles descrevem, quais variáveis ​​podem afetar e quais vantagens e desvantagens ela apresenta.

Qual é o modelo de liderança participativa de Vroom e Yetton?

O modelo de liderança participativa foi proposto por Victor H. Vroom e Philip Yetton, depois revisado por Vroom e pelo próprio Arthur G. Jago, focando principalmente, como o nome sugere, em a relação entre liderança e participação. Assim, na teoria da liderança, concentra-se particularmente em como o líder possibilita a participação de seus subordinados e os influencia, bem como na tomada de decisões.

Assim, há uma série de pressupostos que devem ser respeitados na aplicação do método de liderança: a conduta do líder deve ser específica e não confusa; o mesmo método de liderança não pode ser aplicado a todas as situações da mesma maneira; o problema e o contexto em que surge deve ser avaliado para saber como proceder; o método usado em uma situação deve ser independente do método usado em outra circunstância diferente; existem processos sociais pelos quais os subordinados podem resolver problemas; e o método de liderança será diferente dependendo do número de subordinados.

Tipos de liderança de acordo com o grau de participação

Dependendo do grau de participação dos subordinados e da forma de dirigir a tarefa e tomar decisões, podemos falar de 5 tipos diferentes de liderança.

1. Liderança da maioria

Em caso de gestão majoritária tentamos que a solução final seja o consenso entre os diferentes trabalhadoresisto é, que a opinião de todos, tanto do líder como dos subordinados seja tida e seja ouvida e levada em conta, tentando que o resultado seja concedido e aceito por todos.

2. Liderança colaborativa

Na modalidade de liderança colaborativa, os diferentes trabalhadores também são levados em consideração, valorizando as alternativas possíveis, mas a diferença é que desta vez há uma distinção entre as diferentes funções exercidas por cada sujeito de acordo com o nível de responsabilidade que tem.

3. Liderança Adaptável

Como o próprio nome sugere, esse tipo de liderança será aplicado por meio de diferentes estratégias de tomada de decisão, dependendo do tipo de problema a ser abordado. Ou seja, o modo de ação irá variar, com o grau de participação dependendo da situação.

4. Liderança inercial ou passiva

Na liderança inercial ou passiva pouco ou nenhum envolvimento de subordinados é permitido na tomada de decisão. Eles gozam de certa autonomia e independência na forma de agir, mas são facilmente revogados se necessário.

5. Liderança hierárquica ou autoritária

Nesse caso, observamos uma forte estrutura hierárquica na organização. Nesse caminho, as decisões são tomadas pelos sujeitos no topo da pirâmide hierárquica e os níveis inferiores da pirâmide, os súditos subordinados, têm apenas que obedecer.

Variabilidade no comportamento da liderança

Existem diferentes variáveis ​​situacionais que influenciam o tempo necessário para estabelecer o grau de participação e o tipo de comportamento de liderança relevante. Levaremos em consideração: o nível de informação e experiência de que o gestor dispõe para poder tomar a decisão sozinho; o grau de informação que os subordinados apresentam para tomar uma boa decisão; a estrutura que apresenta o problema; a probabilidade e o grau de aceitação que os subordinados demonstram em relação à decisão do líder.

As outras variáveis ​​que serão avaliadas serão o nível de motivação mostrar aos subordinados que eles participam dos objetivos da empresa, bem como a probabilidade de geração de conflito entre os subordinados devido a diferenças de opinião na tomada de decisões.

Dessa forma, vemos como o comportamento do líder pode variar de acordo com a situação, para se adaptar a diferentes circunstâncias; é preciso levar em conta as características relacionadas ao líder e aos subordinados, a relação e a dependência que se estabelecem entre eles e o tipo de tarefa a realizar.

Vantagens e desvantagens da liderança participativa

Agora que sabemos melhor o que é liderança participativa e as diferentes variáveis ​​e fatores que podem influenciar o nível de participação dos subordinados na tomada de decisões e o tipo de comportamento que os líderes apresentam, vamos citar as principais vantagens desta modalidade. bem como os inconvenientes que isso pode acarretar.

Benefícios

Em geral, os benefícios se devem ao melhor trabalho em grupo, à capacidade de gerar mais alternativas se mais pessoas participarem das discussões e tomadas de decisão.

1. Maior variedade de alternativas

Como vimos, permitir que mais pessoas participem da tomada de decisões facilitará a geração de mais alternativas diferentes, o que aumentará a probabilidade de uma solução eficaz ser encontrada.

Da mesma forma, a participação dos subordinados facilita uma maior criatividade e a capacidade de encontrar novas soluções não oferecidas anteriormente

2. Melhora a satisfação do trabalhador

Modo participativo de liderança ajuda os trabalhadores a se sentirem mais satisfeitos por se sentirem mais ouvidos e valorizados. Assim, observaremos que os subordinados estão mais motivados, agem de forma mais autônoma e responsável e percebem seu trabalho e sua função na empresa como mais eficientes e úteis.

Uma maior satisfação levará também a um menor abandono e rotatividade de pessoal, contribuindo assim para a continuidade e desenvolvimento da empresa.

3. Maior engajamento dos funcionários

Relacionado ao ponto anterior, se os funcionários sentem que sua opinião é valorizada no ambiente de trabalho e se sentem mais satisfeitos com o papel que desempenham, eles são mais propensos a se comprometer com a empresa e tomar medidas para isso.

4. Junte-se aos trabalhadores

Se permitirmos que todos os funcionários, independentemente de sua posição, participem da discussão e da tomada de decisões, ajudaremos a unir o grupo e estabelecer vínculos entre os diferentes trabalhadores, uma vez que será mais fácil para eles serem percebidos juntos e agirem juntos para atingir o mesmo objetivocom o qual todos concordam.

5. Ajuda você a tomar a melhor decisão para o negócio

Ao discutir as alternativas de todos, a decisão que tomamos tem maior probabilidade de beneficiar o negócio. No lugar, quando a tomada de decisão é feita individualmente, aumenta a probabilidade de que sua própria situação seja mais considerada.buscando sua própria vantagem e se deixando ser favorecido.

Desvantagens

Com referência às desvantagens veremos que elas se devem principalmente a uma maior exigência de tempo para que esse tipo de liderança seja eficaz e que se não for feito corretamente pode acabar sendo mal feito, deixando de ser funcional.

1. Requer mais tempo

Como esperado, se mais pessoas estiverem envolvidas na tomada de decisões, o tempo necessário para concluir esta ação será maior, pois será necessário atender e chegar a um acordo, mostrando um maior número de alternativas. Da mesma forma, em situações de emergência, onde uma decisão deve ser tomada rapidamente, o liderança participativa pode ser ineficaz.

2. Maior influência de certos trabalhadores

Se esse tipo de liderança não for bem executado, não conseguiremos realmente engajar todos os membros da equipe e, eventualmente, apenas alguns influenciam e decidem, aqueles que são mais fáceis de mostrar os trunfos. Por isso, é fundamental garantir que todos os colaboradores opinem e expressem possíveis alternativas.

3. Aumentam a possibilidade de desentendimentos entre alguns trabalhadores

Compartilhar opiniões diferentes, permitir que diferentes pontos de vista sejam discutidos, favorece a produção de mais alternativas, mas ao mesmo tempo desacordos, as diferenças entre alguns trabalhadores são mais propensas a aumentarque pode levar a uma situação conflitante.

Ao final, os colaboradores devem estar cientes de que não é possível implementar todas as alternativas e que, portanto, isso não deve ser motivo de raiva caso sua proposta não seja aceita.

Referências bibliográficas

  • Barredo, D. (2016) A Evolução da Liderança nas Organizações. Universidade de Leão.
  • De la Poza, J. (1998) Avaliação crítica do modelo de liderança participativa de Vroom-Yetton (1976) e Vroom-Jago (1988) Journal of Work and Organizational Psychology.
  • Vroom, VH e Yetton, P. (1973) Liderança e Tomada de Decisão. Trimestral de Ciências Administrativas.

Deixe um comentário