Temos medo de ser ignorados?

Ser invisível para a sociedade e ao mesmo tempo ser reconhecido por ela são dois fenômenos mais interligados do que você possa imaginar. Um de nossos pesadelos é ser repudiado pelas pessoas ao nosso redor. Ser invisível ou não ser, ser ignorado pelos outros pode se tornar decisivo na vida, com consequências importantes para o nosso modo de ser.

de Psicologia e a mente explicamos as causas dessa realidade que muitas pessoas sofrem, e tentaremos apontar algumas soluções

Nosso pior pesadelo: ser ignorado pelos outros.

Estou sentado à mesa de um bar, saboreando uma boa cerveja enquanto ouço as conversas de outras pessoas entre clientes. Na Espanha. se você quer saber de alguma coisa vai direto para um bar talvez por causa desse hábito doentio de levantar a voz você sempre acaba sabendo de tudo mesmo que não queira.

Eu viro meu olhar para um garoto que escolheu um local isolado para deslumbrar em seu hobby de leitura. O garçom já serviu três mesas antes que os clientes o procurem mais tarde. O menino olha impaciente para o garçom, mas não o vê, parece um fantasma. Porém, entra no estabelecimento um senhor de meia-idade e todos perguntam sobre a sua presença, recorrem a ele, é um cliente reconhecido, daqueles de uma vida.

O garçom sabe exatamente o que esse senhor vai comer no café da manhã e tem pressa em servir entre duas conversas demonstrativas. O menino está cada vez mais irritadoNão só porque se sente desprezado, mas também pela alegria histriônica entre o cliente e o servidor. Por fim, ele acaba chamando o garçom e sai com a testa franzida.

O invisível na sociedade da imagem

Este evento me fez pensar que em uma sociedade tão visual como a do Ocidente, tudo são slogans facilmente digeríveis.. Temos a obrigação vital de representar absolutamente tudo, E uma foto é sempre fácil de digerir (como diz o ditado, uma foto vale mais do que mil palavras).

Desenvolvemos a necessidade de estar sempre na foto, e quando isso não acontece o mundo nos invade. As seguintes perguntas devem ser feitas; O que queremos ver em cada imagem? Como queremos ser vistos ou lembrados? E ainda por cima: O que você realmente vê em uma foto?

Este mistério tem uma resposta: a informação depositada em nosso cérebro, ou seja, todos os dados que introduzimos na mente, inclusive a dinâmica psíquica transformada em hábito e que forma o resumo dos conceitos que temos sobre o nosso. ser, a sociedade e o meio ambiente que nos rodeia. Resumidamente, informações classificadas que também foram alimentadas por idiossincrasia familiar, cultural e social.

A partir daí, estruturamos nossa psique em um sistema complexo que obedece a padrões mecanizados como engrenagens no subconsciente mais profundo. Quando alguém olha para nós, não o faz com os olhos, mas com a mente, e vê (ou melhor, interpreta) o que viveu.

Solidão versus companhia

No conceito que temos de nós mesmos (o conceito de self) coexistem tanto a pulsão de ausência quanto a inclinação para estar presente. Em algumas áreas de nossa vida, gostaríamos de ter amplo reconhecimento, enquanto em outras precisamos desaparecer da face da Terra, para sermos completamente invisíveis.

Alterne entre a necessidade de reconhecimento e a necessidade de não atrair atenção isso é algo completamente normal e lógico, porque ao longo da nossa vida passamos por diferentes contextos pessoais e sociais. O problema surge quando a pessoa fica moralmente obcecada por uma única necessidade, pois o sofredor aplica os mesmos padrões e regras a situações totalmente diferentes, gerando um sentimento de frustração.

É então que a psique deve criar uma nova perspectiva do mundo e de si mesma.

“O pior pecado para com os nossos semelhantes não é odiá-los, mas tratá-los com indiferença, esta é a essência da humanidade”

-Shakespeare

O medo de não ter laços emocionais

Nosso maior medo é ser menosprezado, ignorado ou menosprezado. Os relacionamentos são mais produtivos quando são estáveis, quando são criados laços emocionais que oferecem ao sujeito proteção de longo prazo (já que não somos mais animais sociais). A questão é saber como as experiências empíricas que vivemos determinam e condicionam os diferentes estilos afetivos.

Quando certos estilos afetivos vão além da norma, a sociedade tem o hábito de rejeitar os membros que os possuem, pois isso não cumpre os cânones sociais previamente estabelecidos. Assim como muitos reconhecimentos são injustos, desproporcionais ou exagerados, uma grande porcentagem de exclusão social também é injusta. Muitas vezes nos gabamos da nossa justiça, mas sempre acabamos tornando certos grupos invisíveis, é o mal do nosso século. Conosco, estamos mais preocupados em não nos destacar do que em fazê-lo, mesmo que isso tenha um efeito negativo.

“Só existe uma coisa pior no mundo do que o que eles falam sobre você: eles não falam sobre você.”

-Oscar Wilde

Entre realidade e aparências

A foto visível se deve a questões de adequação social, como o bartender que só se destacou ao chamar o garçom. Mas tenho certeza de que o menino não gosta de raiva. Nunca lhe ocorreu se destacar pelo diálogo e pela assertividade.

Contudo, essas situações também se devem a certas ilusões e expectativas; eles fazem grandes feitos ou tentam chamar a atenção para receber pétalas de rosas e aplausos acompanhados de tambores, mas continua sendo uma mera auto-ilusão porque não somos reconhecidos por quem somos, mas pelo que somos. .

Reducionismo dos sentidos

Muitos imperadores, generais e governantes da antiguidade temiam não ser esquecidos, e esse medo esconde um medo ainda maior; medo de ser ignorado. Existe se ninguém nos vê? E tanto que bastaria que todos se aceitassem, Com todas as virtudes e defeitos, mas para isso é necessário valorizar, como transmissores e receptores, todos os sentidos, talvez assim não se dê tanta importância à imagem.

Mas, mais cedo ou mais tarde, o olhar do vizinho chega; pode ser um julgamento positivo ou negativo. Ou muito pior: podemos ser relegados aos meios-tons da indiferença, Essa cor cinza que cheira a mediocridade e na qual não queremos sufocar. É apenas nos piores momentos, agora, que fica demonstrado se somos capazes de amar a nós mesmos ou não.

Em conclusão, trata-se de fazer uma análise introspectiva e muito maisPoderíamos começar incluindo o sentido da audição em um mundo totalmente visual. O problema não é ser visto, mas não ser ouvido e não saber ouvir, entre outras coisas. Precisamos refinar mais nossa audição e menos nossa visão! “É preciso estimular todos os sentidos!

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