As 7 diferenças entre ansiedade e medo

Ambos os conceitos, ansiedade e medo, possuem características semelhantes, o que torna os dois termos confusos. É preciso tentar conhecer as diferenças para saber quando é adequado usar cada uma delas.

Então, neste artigo vamos falar sobre as diferenças entre ansiedade e medocomo os dois termos são definidos e quais diferenças eles mostram.

Quais são as diferenças entre ansiedade e medo?

A ansiedade é um estado de ativação do corpo, que leva a uma experiência na qual o sujeito se sente inquieto, excitado, ansioso. Por sua vez, o medo é definido como um sentimento de angústia que surge diante de um perigo real ou imaginário. Em ambos os casos, a reação é semelhante, mesmo descrevendo a ansiedade como um sentimento de medo. Mas não devemos confundir ou usar os dois termos como sinônimos, pois apresentam diferenças; portanto, não podemos considerá-los como a mesma reação.

Então, vamos olhar para essas diferenças que distinguem a ansiedade do medo.

1. Os estímulos que provocam a reação

Embora a reação possa ser semelhante, os estímulos que a produzem são diferentes. Quando o estímulo for perigoso, como um leão, falaremos sobre medo; por outro lado, quando o estímulo é uma situação ameaçadora para o sujeito, pode afetar nosso interesse, nossa imagem social… vamos considerar que é ansiedade. Ou seja, podemos considerar que os estímulos que causam medo, sim, podem supor um perigo para a vida da pessoa que o sente. Inversamente, a situação que produz a angústia não é perigosa para a vida do sujeito.

2. Tipo de reação

Relacionado ao tipo de estímulo que cada sensação envolve. No caso do medo, por ser uma reação a um estímulo que ameaça a vida do sujeito, o comportamento que mais aparece, involuntariamente, é a fuga, a fuga. Ou ainda, dependendo da situação, as reações mais adequadas podem ser brigar se não tivermos escapatória, ou ficar paralisado, para que não nos vejam.

Em vez de, em situações que nos causam ansiedade, precisaremos apenas de uma pequena ativação para que seja funcional, cumprem a função de nos alertar, mas nos permitindo controlá-lo. Caso contrário, se a reação for muito alta, pode afetar nosso desempenho, não permitindo que tenhamos um comportamento correto.

3. Expressão facial

O medo pode ser entendido como uma emoção básica, por consistir em uma expressão facial universal, capaz de ser reconhecida por sujeitos de todo o mundo, é transcultural. Da mesma forma, essa expressão facial não pode ser aprendida, o que significa que desde cedo ela é mostrada, mesmo os cegos, que não conseguiram ver a expressão, o fazem sem problemas.

Por outro lado, a ansiedade não está ligada a uma expressão facial específica, ou seja, o sujeito pode expressá-la de forma diferente e nem todas as culturas a demonstrarão da mesma forma.

Essa distinção e a falta de expressão universal da ansiedade pode ser devido à importância de cada reação, ou seja, o medo é uma reação funcional, que nos faz ativar e agir em uma situação que pode colocar nossas vidas em perigo. No entanto, o sentimento de ansiedade não é um indicador de perigo para nossa sobrevivência, não podemos demonstrá-lo e continuar vivendo.

4. Hora do aparecimento

Alguém poderia considerar que o medo aparece antes de um estímulo presente, o que gera em nós uma reação imediata pela ameaça que representa. Ao contrário, a ansiedade muitas vezes aparece diante de um possível evento futuro. Ou seja, o evento ainda não aconteceu, mas o sujeito se sente agitado e animado com isso, antecipa o que pode acontecer, em conexão com pensamentos negativos.

Com os exemplos a seguir ficará mais fácil de entender: o medo aparecerá quando estivermos expostos a uma cobra, o animal está presente; ao contrário, a ansiedade surge quando antecipamos como vamos nos sentir, o que vai acontecer, quando apresentamos o trabalho para a turma, o evento ainda não aconteceu.

5. Natureza dos termos

Os dois conceitos mostram uma natureza diferente ou destacam componentes diferentes. O medo é influenciado por componentes biológicos; como vimos, é uma reação inata, não aprendida, que ocorre automaticamente diante de um estímulo perigoso. Em vez de, a ansiedade mostra uma natureza cognitiva, a ação atua em maior medida, como o sujeito interpreta a situação e qual o significado que ela dá a ela. Assim, embora na ansiedade também observemos reações comportamentais e fisiológicas, a interpretação cognitiva que se faz delas é a que levará à vivência da ansiedade.

6. Ativação do cérebro

Em ambos os casos há ativação cerebral, mas no caso do medo, sendo uma reação mais inconsciente e sobretudo a necessidade de uma resposta rápida que nos proteja do perigo, o circuito que é ativado é curto, alcançar informações do estímulo externo para a amígdalaque faz parte do sistema límbico e que dará origem ao sentimento de medo.

No entanto, a ansiedade exigirá um processo mental mais longo, interpretação cognitiva e avaliação da situação, que levará em consideração não apenas o estímulo ou situação externa, mas também o conhecimento ou experiências que tivemos anteriormente. Assim, ao precisar de mais tempo para manifestar o sentimento de ansiedade, a reação não será instantânea, como já dissemos, ao não colocar em risco a vida do sujeito, não é necessário. Como podemos ver, nosso corpo é sábio e sabe processar cada estímulo.

7. Tipo de processamento

Como o estímulo gerado pela reação e o processo mental que ocorre são diferentes, o tratamento indicado para cada sensação também será diferente. No caso do medo que, como vimos, surge diante de um estímulo externo que ameaça o sujeito, consideraremos essa reação como funcional. Mas quando essa reação aparece de forma intensa, afetando a vida do sujeito, percebe-se a necessidade de uma intervenção.

O tratamento mais eficaz nestes casos é exposição ao vivo a um estímulo fóbico. O grau ou intensidade da exposição vai depender de cada paciente, para evitar que a experiência de exposição seja vivenciada como muito aversiva e a sensação de medo seja muito intensa, podemos realizar comportamentos complementares, como a respiração para diminuir a ativação. Quando a exposição ao estímulo é difícil, seja pela baixa frequência de ocorrência ou pelo alto custo, como as viagens aéreas, pode-se fazer a exposição na imaginação ou na realidade virtual, mas deve-se sempre terminar fazendo shows ao vivo.

No entanto, como mencionamos, no processo que ocorre antes do sentimento de ansiedade intervém uma estimativa mais subjetiva, ou seja, a maneira de interpretar e avaliar a situação por parte do sujeito. . Por esse motivo, a intervenção nesta ocasião terá como objetivo modificar o pensamento ou a forma de interpretar a situação, com o objetivo de alcançar um pensamento mais adaptativo e que não gere desconforto no indivíduo.

A técnica que provou sua eficácia é a reestruturação cognitiva, que consiste em confrontar as crenças irracionais e negativas que o sujeito pode manifestar, na tentativa de reverter essas distorções e alcançar um pensamento mais funcional. Perguntas como “E se?” são frequentemente usados. ou “Qual é a pior coisa que pode acontecer?” para que a pessoa possa considerar e avaliar outras alternativas e perceber que as consequências que podem surgir não são tão negativas quanto pensam.

Da mesma forma, a exposição ao estímulo ou situação fóbica também é adequada e tem se mostrado eficaz na redução da ansiedade. Por exemplo, em situações de ansiedade social, o trabalho em grupo tem mostrado bons resultados para que os pacientes possam se expor a situações sociais e praticar a atuação em um ambiente seguro.

Atualmente a intervenção que usa uma combinação de técnicas cognitivas e comportamental Tem se mostrado muito eficaz, sendo um dos mais utilizados em diversos transtornos, como os transtornos de ansiedade.

Referências bibliográficas

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  • Sanz, LJ (2018) Manual de Preparação do CEDE PIR: Clinical Psychology Vol.1. CEDE: 5ª Edição.

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