Análise experimental do comportamento: o que é e o que oferece

Somos seres ativos e dinâmicos. Envolvemo-nos continuamente em alguma forma de comportamento ou conduta, geralmente com algum tipo de propósito ou intenção. Fazer isso é relativamente simples. Mas não é tanto sobre como e por que nos comportamos da maneira que o fazemos, os fundamentos do comportamento.

Nesse sentido e dentro do ramo da psicologia, diferentes proposições, modelos e técnicas surgiram ao longo da história na tentativa de determiná-la. Uma é a análise experimental do comportamento, sobre o qual falaremos neste artigo.

Análise experimental do comportamento: o que é?

Entende-se por análise experimental da conduta ou comportamento desse sistema ou paradigma, tanto teórico quanto metodológico, que tenta estudar e analisar os processos pelos quais acabamos gerando comportamento através de uma metodologia experimental, operacional e qualitativa.

Este sistema vê o comportamento ou comportamento como um produto da interação entre a seleção natural, o reforço de comportamentos anteriores e a interação com o ambiente social.

A análise experimental do comportamento emerge como tal do trabalho de BF Skinner e é amplamente baseada no behaviorismo radical que ele defende: o comportamento é o único objeto de estudo da psicologia por ser o único que é diretamente observável. Este autor destaca especialmente a importância das consequências ao explicar o comportamento e sua modificação (estando também na origem do condicionamento operante). Destina-se a explicar o comportamento humano e / ou animal com base em relações observáveis ​​e mensuráveis ​​entre estímulos e respostas.

Tecnicamente, a análise experimental do comportamento seria uma das três disciplinas que seriam incluídas na análise comportamental, neste caso sendo aquela que se concentra na investigação dos processos básicos. Além disso, encontramos também a Análise Conceitual (para aspectos teóricos) e a Análise Aplicada do Comportamento (que considera como refletir e utilizar os conhecimentos adquiridos na prática).

É importante notar que este modelo seria iniciado por Skinner, mas muitos outros autores fariam alterações e acréscimos a ele posteriormente. Isso inclui pesquisas realizadas com crianças por Bijou ou Wolf, que se concentraram em observar a sensibilidade às consequências do comportamento de menores em diferentes condições.

Comportamento neste sistema conceitual

Quanto à consideração do comportamento pela análise experimental do comportamento, segundo este modelo é o resultado da interação de variáveis ​​biológicas e ambientais que permitem a geração de associações entre estímulos, respostas e consequências. O ser humano ou animal em questão seria uma entidade classificada como uma caixa preta, pouco explorada e elementos internos não devem ser os mecanismos que iniciam o comportamento.

Uma das principais características da análise experimental do comportamento é que ela considera que o comportamento como um todo não é arbitrário, mas está sujeito às leis científicas naturais, nas quais está relacionado a uma variável dependente (o comportamento) com um independente (seu causas), de maneira que estas leis permitem que o comportamento possa chegar a predizer e modificar com base nelas.

As bases do nosso comportamento são, de acordo com o modelo a partir do qual começa a análise experimental do comportamento, as consequências e efeitos que estes têm no organismo que os emite. Os comportamentos que geram consequências agradáveis ​​são considerados reforçados de forma a serem mantidos e perpetuados, ao passo que as consequências aversivas irão, em princípio, fazer com que os comportamentos inadequados tendam a desaparecer.

Ainda, no que diz respeito à participação do meio ambiente, deve-se observar que é possível constatar a existência de contingências de natureza filogenética, ontogenética e cultural que afetam a iniciação e o cometimento do comportamento. O ambiente, portanto, afeta a participação de acordo com a nossa evolução e o contexto em que estamos, o reforço que nosso comportamento tem recebido ao longo de nossas vidas e a situação em que estamos mergulhados no plano sócio-cultural.

Eventos privados

A análise experimental do comportamento parte de um modelo que não inclui a mente ou a cognição na explicação do comportamento, mas aceita a existência de comportamentos privados ou apenas observáveis ​​pelo sujeito que os vivencia.

Desta maneira a existência de comportamento verbal privado é aceita, Viés percepções com base no condicionamento e na presença de situações em que o próprio organismo é a fonte da estimulação gerada pelo comportamento.

Avaliações do modelo

A análise experimental do comportamento é um sistema que teve grande influência e repercussão no campo da psicologia, mas que ainda é útil em diversos campos, também recebeu várias críticas.

Uma vez que a análise comportamental experimental propõe que o comportamento é governado por uma série de leis inalteráveis ​​e não exclui ou exclui o envolvimento de aspectos não avaliáveis ​​como motivação, objetivos e desejos, este modelo oferece uma visão mecanicista. comportamento, sendo uma das razões pelas quais na época era polêmico e para o qual recebeu várias críticas.

Outra possível crítica a se ter em mente é que muitas pesquisas conduzidas na análise experimental do comportamento foram feitas com diferentes espécies animais, portanto, as conclusões tiradas nem sempre são generalizáveis. No entanto, o modelo leva esse fato em consideração e usa de cautela ao generalizar seus achados para diferentes espécies (embora muitos de seus princípios básicos tenham se refletido tanto em humanos quanto em outros seres).

Da mesma forma, a existência de fatores internos específicos ao sujeito não é levada em consideração como possíveis fatores causais do comportamento, portanto principalmente passivos sob o paradigma de onde provém. Contudo isso não significa que a existência de eventos privados não seja levada em consideraçãoAlgo que gradualmente levaria ao surgimento do cognitivismo.

Referências bibliográficas:

  • Ardila, R. (1999). Análise experimental do comportamento: conceitos básicos e perspectivas. Bogotá: Fundação para o Avanço da Psicologia
  • Gómez, J. (sd) O que é Análise do Comportamento Experimental? Disponível em: http://psicoteca.blogspot.com/2008/02/qu-es-el-anlisis-experimental-del.html
  • Polit, MA e Calçada, JL (2010). Análise comportamental experimental: Alguns modelos experimentais de interesse para a neurociência. Mexican Journal of Neuroscience: 11 (4).

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