As encefalinas são um pentapéptido opiáceo endógeno que está envolvido em inúmeras funções reguladoras do organismo e que está particularmente ligado à redução da dor.
Neste artigo falaremos sobre encefalinas e veremos que tipo de moléculas são, quais são suas principais funções no corpoque tipos existem e como eles aumentam sua liberação.
O que são encefalinas?
As encefalinas são um tipo de pentapeptídeo opiáceo endógeno. Peptídeos são moléculas formadas por um conjunto de aminoácidos, no caso das encefalinas sendo os pentapeptídeos serão 5, ligados por ligações peptídicas, daí o nome. Os opióides referem-se a moléculas que atuam como analgésicos para o sistema nervoso, têm uma função calmante. Finalmente, o termo endógeno indica que é o corpo humano que os produz.
Dentro do grupo dos opiáceos endógenos encontramos outros tipos, como as endorfinas e as dinorfinas. Geralmente, este grupo de opiáceos atua sobre a geração de respostas inibitórias que as pessoas fazem e em sentimentos de prazer, uma vez que participam do circuito de reforço. Atuam também na regulação, estabilidade, temperatura corporal, resposta respiratória e cardiovascular e no bom funcionamento da memória e atenção.
Assim como outras moléculas, eles devem interagir com um receptor em uma célula para produzir o efeito. No caso das encefalinas, elas se ligam aos receptores kappa, mu e delta, que são os principais receptores opiáceos. As encefalinas são produzidas na glândula pituitária, glândula do sistema nervoso central que participa do sistema endócrino, ou seja, do bom funcionamento dos hormônios, e é transmitida para diferentes áreas do corpo do cérebro, como a medula adrenal ou o trato. digestivo.
A medula adrenal é responsável pela produção de neurotransmissores como adrenalina e noradrenalina, que são responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. Por outro lado, o trato intestinal, localizado fora do sistema nervoso central, é responsável pelas funções de ingestão, digestão, absorção de substâncias necessárias e excreção. Dessa forma, as encefalinas não estarão em constante funcionamento, mas poderão ser mantidas até que sua intervenção seja necessária.
Principais funções das encefalinas
Para que servem essas moléculas? Abaixo veremos suas principais funções no organismo.
1. Induz um estado de relaxamento
A principal função deste peptídeo é relaxar, acalmar, enfim, reduzir a ativação do corpo. Dessa forma, tem uma função depressiva no sistema nervoso central, formado pelo cérebro e pela medula espinhal, que é o principal diretor do nosso corpo.
2. Redução da dor
Como vimos, as encefalinas estão envolvidas em vários processos corporais, mas é no controle da dor que essa molécula tem maior impacto.
A dor física é uma sensação que surge em nosso corpo, o que nos faz ficar alertas e agir para combater a causa do nosso desconforto. Assim, podemos considerar que a dor tem uma função adaptativa, pois nos faz agir e nos motiva a restaurar nosso estado.
Os circuitos de entrada e saída atuam na sensação de dor. Referimo-nos ao fato de que, em primeira instância, o dano causado a uma parte do corpo ativa os nociceptores (receptores de dor) que enviam um sinal ao sistema nervoso central, mais precisamente à medula espinhal, que transmite a informação ao cérebro para gerar a sensação de dor e transmitir a informação para a área danificada para que ela atue. Pois bem, as encefalinas se encarregam de regular esse sinal de dor que chega à medula espinhal, para que não seja muito intenso e nos permita agir.
Nas situações em que a dor é tão forte que a sensação de que deixa de ser funcional, não promove a sobrevivência, o próprio corpo inibe esse sentimento para que possamos pedir ajuda ou sermos salvos.
3. Outras funções das encefalinas
Embora a função mais notável das encefalinas seja reduzir a sensação de dor, elas também estão envolvidas em muitas outras funções em nosso corpo. É muito importante manter a homeostase do nosso corpo, ou seja, manter o equilíbrio de vários processos corporais, como respiração, frequência cardíaca, temperatura corporal ou a quantidade de glicose no sangue.
Também ajudar a aumentar a criação de novas células, reduzir a sensação de estresse e restaurar o estado do sistema imunológico após sua atuação. Também está envolvido na função de certas dependências de substâncias, ajudando a gerar o efeito agradável e fortalecedor. Em suma, percebemos que em geral o papel desempenhado pelas encefalinas é a recuperação e restauração do equilíbrio do estado físico e mental.
Os diferentes tipos de encefalinas
A molécula de peptídeo de endorfina é composta de cinco aminoácidos, daí o nome pentapeptídeo. Desta combinação de aminoácidos, quatro deles se repetem da mesma forma em todas as encefalinasmas o quinto mostra uma distinção de acordo com o tipo de molécula.
Assim, podemos falar de: metionina-encefalina, que como aminoácido distintivo tem a metionina (foi descoberto como um poderoso antioxidante), e leucina-encefalina, em que o aminoácido diferente será uma leucina (essencial para a reparação e manutenção do tecido muscular).
Como aumentar a liberação de encefalinas
Agora que conhecemos melhor as principais características das encefalinas e as funções que desempenham no nosso organismo, vemos a necessidade de agir para tentar aumentar a sua produção ou em caso de necessidade da sua ação, ter reservas desta molécula. Aqui estão algumas atividades que podemos fazer diariamente para facilitar a liberação desse tipo de peptídeo.
1. Exercício
Tem sido observado que o esporte ajuda a aumentar a liberação de peptídeos opiáceos endógenos, incluindo encefalinas. Ao praticar exercícios regularmente, aumentamos a produção dessas moléculas, ajudando a recuperar e restaurar o estado do corpo e produzindo uma sensação paradoxal de energia. Apesar do cansaço de praticar esportes, a sensação corporal que temos é mais enérgica.
O esporte é bom para nossa saúde mental e física. Tente estabelecer uma rotina de exercícios acessível. A intenção não é ficar muito cansado em um dia, mas poder se exercitar continuamente.
2. Rir
O estado positivo, riso, também tem sido associado a um aumento de peptídeos opiáceos. Sabemos que a vida envolve muitas responsabilidades, muitas áreas em que precisamos passar tempo, mas também é importante que tenhamos tempo para nós mesmos, para fazer coisas que amamos e poder desfrutar. Estes são os momentos que nos ajudarão a reduzir o nível de estresse e manter nosso corpo estável.
3. Exercícios de relaxamento
Como vimos, as encefalinas têm função depressora no organismo, ou seja, diminuem sua ativação. Assim, a prática de atividades que aumentem nosso estado de relaxamento como yoga, meditação, mindfulness, técnicas de respiração… ajudará a aumentar a liberação de peptídeos opiáceos.
Os diferentes exercícios de relaxamento mostram diferentes práticas, adaptando-se assim a diferentes gostos. Experimente as diferentes propostas e escolha a que mais se aproxime das suas preferências.
4. Contato interpessoal
O contato físico com outras pessoas (seja por meio de abraços, beijos, carícias, etc.) promove o aumento da produção e liberação de moléculas peptídicas. Podemos relacionar esse ponto a reservar um tempo para nós mesmos, desconectando-nos da vida rápida e estressante e compartilhando, passando tempo, com as pessoas que amamos.
5. Música
Qualquer atividade relacionada a música, seja ouvindo-a, dançando-a ou cantando-a, tem sido associada a um aumento de encefalinas e outros peptídeos endógenos. Depende do tipo de música; se estiver relaxado, há uma diminuição na ativação corporaltanto a respiração quanto a frequência cardíaca.
6. Atividades artísticas
A realização de actividades como desenho, pintura, olaria… As práticas artísticas e criativas estão ligadas a um aumento da libertação de péptidos endógenos e a uma melhoria do estado corporal mais relaxado e a uma maior sensação de prazer .
7. Consumo de alimentos
Tem sido observado que O consumo de certos alimentos ajuda a aumentar a liberação de peptídeos opiáceos endógenos. Exemplos desses alimentos são: certas frutas como abacaxi, banana, morango ou abacate; chocolate (aquele com maior porcentagem de cacau sendo o melhor); produtos lácteos, como iogurtes; algas; peixes ricos em ômega 3, como salmão, sardinha ou atum; leguminosas; e algumas nozes, como nozes e amendoins.
Referências bibliográficas
- Arakelyan, H. (2018) Felicidade e encefalinas. Hospital da Universidade Médica de Tóquio.
- Henry, M., Gendron, L., Tremblay, ME e Drolet, G. (2017) Encefalinas: analgésicos endógenos com um papel emergente na resiliência ao estresse. Plasticidade neural.
- Takahashi, A. (2016) Encefalina. Manual de Hormônios.