As 47 zonas de Brodmann e as regiões do cérebro que elas contêm

Nosso cérebro é um grande e complexo conjunto de órgãos, Compatível com diferentes estruturas que desempenham diferentes funções no corpo. O mais visível de todos é o mais externo e o mais desenvolvido no ser humano, permitindo sua existência desde o processamento de informações dos sentidos até a implementação de capacidades cognitivas complexas: o córtex cerebral.

Mas o córtex cerebral não tem a mesma estrutura em toda a sua superfície ou as mesmas funções em todos os seus pontos. Isso levou à criação de divisões imaginárias que limitam diferentes regiões da crosta para estudo. E de todos aqueles que existem, o mais conhecido e mais usado é o dos domínios de Brodmann.

Um mapa com as partes do córtex cerebral

Nós as chamamos de zonas de Brodmann o conjunto de divisões imaginárias em que o córtex cerebral pode ser dividido e que permite a identificação de regiões específicas dele.

Esta divisão foi proposta pelo psiquiatra Korbinian Brodmann em 1909, não sendo divisões aleatórias, mas baseadas na existência de diferenças na composição, estrutura e arranjo das células em diferentes áreas do córtex.

O objetivo do autor foi gerar uma classificação topográfica a partir do estudo das feições anatômicas, enfocando a citoarquitetura e gerando divisões espaciais da crosta para desenvolver a teoria e aplicá-la no campo da patologia. Estudos têm sido realizados com um grande número de espécies animais, no entanto só descreveria em detalhes o cérebro humano e de outros macacos.

No caso dos humanos, Brodmann fez uma divisão em um total de 47 zonas ou zonas, embora algumas delas possam ser subdivididas em um total de 52.

As zonas de Brodmann atualmente formam uma classificação das áreas cerebrais mais famosas e usadas do mundo, Por ter possibilitado o mapeamento cerebral, é muito útil tanto para encontrar regiões específicas quanto para direcionar e realizar diferentes intervenções médicas.

As diferentes áreas de Brodmann

Na classificação original, Brodmann dividiu o córtex cerebral em até 47 áreas diferentes. Especificamente, podemos encontrar as seguintes áreas.

Zona 1 de Brodmann

A Zona 1 de Brodmann está localizada logo após o sulco ou fenda central de Rolando. faz parte da zona somatossensorial primária e trabalha com informações somestésicas do corpo.

Zona 2 de Brodmann

Essa área também faz parte do córtex somatossensorial primário, tendo as mesmas funções da anterior.

Distrito de Brodmann 3

Junto com os dois anteriores, faz parte do córtex somatossensorial primário. Ele também coleta e processa informações de estado somestésico e sensações como toque ou propriocepção.

Zona 4 de Brodmann

Esta área do cérebro corresponde amplamente à área motora primária, sendo de grande importância para enviar aos músculos esqueléticos a ordem de se contrair ou dilatar.

Distrito de Brodmann 5

Essa área de Brodmann faz parte da área somatossensorial secundária, contribuindo para o processamento da informação somestésica.

Zona 6 de Brodmann

Região na qual se encontra a zona pré-motora, graças à qual podemos planejar nossos movimentos antes de realizá-los e na qual se armazenam vários programas básicos de movimento.

Zona 7 de Brodmann

Como a 5, a área 7 faz parte do córtex somatossensorial secundário, ajudando a processar e integrar as informações do córtex somatossensorial primário. Permite o reconhecimento de estímulos captando e permitindo a compreensão das características gerais destes.

Zona 8 de Brodmann

Faz parte do córtex motor secundário, neste caso tendo particular importância na movimentação dos músculos que controlam os olhos.

Zona de Brodmann 9

Esta área faz parte do pré-frontal, em particular do pré-frontal dorsolateral. Intimamente relacionada às funções executivas e ao senso de autoconsciência, ela atua em aspectos como empatia, memória, atenção, processamento e gerenciamento emocional. É também parcialmente uma zona motora terciária, influenciando, por exemplo, a fluência verbal.

Zona de Brodmann 10

Como o anterior, faz parte do pré-frontal (sendo sua parte mais anterior) e mais precisamente na região frontopolar. Está relacionado com aspectos como planejamento, introspecção, memória e capacidade de dividir a atenção.

Distrito de Brodmann 11

Como 9 e 10, a área 11 é uma área de associação terciária que faz parte do pré-frontal, participando de funções e habilidades cognitivas superiores. Mais precisamente, faz parte da região orbitofrontal, relacionada com a gestão da nossa interação social e com a gestão e adaptação do nosso comportamento, inibindo e controlando, por exemplo, a agressão.

Distrito de Brodmann 12

Esta área também inclui parte da órbita frontal, Como acima.

Zona Brodmann 13

Esta área tem a particularidade de ser difícil de ver a olho nu. E faz parte da ilha, na parte antiga. Isso ajuda a coordenar os movimentos necessários para a língua. Ele também conecta o sistema pré-frontal e límbico, relacionado ao comportamento sexual e emocional.

Distrito de Brodmann 14

Esta zona tem praticamente as mesmas funções da anterior, mas também está ligada ao processamento da informação olfativa e visceral.

Distrito de Brodmann 15

Relacionado ao processamento de informações sobre pressão arterial e pressão carotídea, bem como ataques de pânico. Inicialmente, Brodmann não encontraria essa área (nem a anterior) em humanos, mas em outros macacos, embora pesquisas posteriores tenham mostrado que temos estruturas semelhantes.

Distrito de Brodmann 16

Essa área ocupa a maior parte da ilha, auxiliando no processamento de aspectos como dor, temperatura, informações fonológicas ou capacidade de deglutição.

Distrito de Brodmann 17

Área visual principal. Esta é a primeira área do córtex que começa a processar informações visuais do núcleo geniculado lateral, possuindo também um mapeamento ou representação retinotópica do olho e do campo visual que permite um processamento posterior e mais preciso. Você também obtém as primeiras impressões de cor, orientação ou movimento.

Zona Brodmann 18

Uma das crostas extraestriadas que fazem parte do córtex visual secundário. Permite visão tridimensional e detecção da intensidade da luz.

Zona Brodmann 19

É também um dos córtices extra-estriados ou secundários visuais e, neste caso, também permite o reconhecimento visual de estímulos ligando-se à memória.

Zona 20 de Brodmann

Também faz parte da via visual ventral ou via do quê (que permite ver a cor e a forma). Em última análise, isso nos permite saber o que estamos vendo. Inclui o giro temporal inferior.

Distrito de Brodmann 21

Na zona 21 é um domínio de associação auditiva, Que faz parte da conhecida região de Wernicke. Participa, entre outras coisas, na compreensão da linguagem.

Zona Brodmann 22

Quando pensamos na própria região de Wernicke, pensamos principalmente nesta região. Está, portanto, relacionado à capacidade de compreensão da linguagem, ajudando a transformar e relacionar a informação auditiva ao seu significado.

Distrito de Brodmann 23

Faz parte da área do córtex relacionada às informações emocionais e à memória, estando ligada ao sistema límbico.

Distrito de Brodmann 24

Como o anterior participa do processamento e percepção de emoções e sua ligação com o comportamento (conexão com o sistema orbitofrontal e límbico).

Distrito de Brodmann 25

Localizada próximo ao cíngulo, na área subgenual. Ela é parente movimentos que ocorrem abaixo do joelho, humor, apetite ou sono. a parte mais próxima da testa está relacionada à autoestima.

Distrito de Brodmann 26

Está relacionado com a memória autobiográfica i está localizado no nível da convolução do giro.

Distrito de Brodmann 27

Essa região do cérebro, como a anterior, está ligada a processos relacionados à memória (estar próxima ao hipocampo), bem como a áreas do cérebro que permitem a percepção e identificação de odores. Na verdade, ele faz parte do chamado córtex olfatório primário.

Distrito de Brodmann 28

Córtex associativo que, como o anterior, participa tanto dos processos de memória quanto da integração das informações da percepção olfativa. muito parte do córtex entorrinal está nesta área, Sendo esta última uma região que transmite informações do resto do cérebro para o hipocampo e vice-versa.

Distrito de Brodmann 29

Esta área, na parte retroesplenial do cíngulo, também está ligada à memória, sendo um exemplo de evocação de experiências.

Distrito 30 de Brodmann

Espaço associativo como antes e com funções semelhantes. Localizado na parte subplenial do cíngulo. Está ligada à memória e ao aprendizado, além do condicionamento.

Distrito de Brodmann 31

Também na convolução do giro, esta área está ligada ao processamento da memória e das emoções, participando na sensação de familiaridade.

Zona Brodmann 32

Parte do parietal e quase do frontal, na parte dorsal da volta do cíngulo, esta região participa da processos cognitivos, como tomada de decisão e inibição de resposta.

Distrito de Brodmann 33

Como acima, essa área está relacionada à tomada de decisão, bem como à percepção da dor, processamento emocional e planejamento motor.

Distrito 34 de Brodmann

Nesta região encontramos o uncus. É, portanto, uma área que faria parte do córtex olfatório primário. Percepção do paladar ou memória olfativa e gustativa são também aspectos dos quais participa.

Distrito de Brodmann 35

Nele está o córtex perirrinal. Participa da memória, estando ligado às memórias inconscientes. Também no reconhecimento de imagem.

Distrito de Brodmann 36

A área 36 de Brodmann ajuda a codificar e recuperar memórias autobiográficas. Também possibilita o processamento de informações relacionadas à localização espacial. Nele está o córtex parahipocampal.

Setor Brodmann 37

Incorpora parte do torno do fuso. Realização de informações multimodais Esta área está relacionada ao reconhecimento facial, linguagem de sinais ou compreensão de metáforas, entre outros.

Distrito de Brodmann 38

Outra área de associação, ligada à memória e às emoções. Também em processamento de informação semântica.

Zona Brodmann 39

Nesta área de Brodmann encontramos a virada angular, envolvida na compreensão da linguagem verbal e escrita ou no cálculo.

Distrito Brodmann 40

Nesta ocasião encontramos o giro supramarginal como uma das estruturas mais relevantes. Permite, junto com a rotação angular, a possibilidade de vincular grafemas e fonemas, o que o torna essencial para a leitura e a escrita. Também está ligado ao reconhecimento e aprendizagem tátil e motora.

Distrito de Brodmann 41

Zona correspondente ao córtex auditivo primário, o primeiro núcleo do córtex durante o processamento da informação auditiva. Detecta mudanças de frequência e ajuda a localizar a fonte de som.

Distrito de Brodmann 42

Córtex auditivo secundário, Assim como a região de Wernicke. Ele permite que as informações obtidas do córtex auditivo primário sejam processadas em um nível superior.

Setor Brodmann 43

Situada no fundo da ilha e praticamente na fenda do Silvio, é a parte da casca gustativa que nos permite processar as informações de sabor e sabor ao nível da casca.

Distrito de Brodmann 44

Com a zona 45, forma a zona de Broca, permitindo a produção da língua ao nível falado e escrito. A área 44 corresponde à pars opercularis da região de Broca, também ligada à entonação, gestos e movimentos necessários à produção da língua.

Distrito de Brodmann 45

Junto ao anterior, forma a zona de perfuração, Essencial para a produção de fala fluente. A zona 45 inclui pars triangularis, ligada ao processamento semântico, bem como gestos, expressão facial e entonação.

Setor Brodmann 46

No giro frontal inferior, faz parte do pré-frontal dorsolateral, sendo relevante seu papel em termos de atenção e memória de trabalho.

Setor Brodmann 47

Também chamado de pars orbitalis, ele também participa da área de Broca e tem uma importante implicação na linguagem. Mais precisamente na sintaxe da linguagem, assim como na da música.

Referências bibliográficas:

  • D’Amicis, F., Hofer, P. e Rockenhaus, F. (2011) The Automatic Brain: The Power of the Unconscious.

  • Kumar DR, Aslinia F, Yale SH, Mazza JJ (2014). “Jean-Martin Charcot: o pai da neurologia.” Clin Med Res.

  • Martin JB (002). “A integração da neurologia, psiquiatria e neurociência no século 21”. The American Journal of Psychiatry.

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