Até hoje é óbvio para todos a importância das variáveis psicológicas no desempenho e na experiência esportiva. Que uma equipa considerada “pequena” elimine um “grande” voltando para a casa deste é difícil de explicar do ponto de vista técnico ou físico. O fato de um time passar de flertar com o rebaixamento para vencer a Liga, a Copa e duas finais da Liga dos Campeões não se explica se não sugerirmos outro conceito que não a psicologia.
Nervosismo, motivação, pressão, camaradagem … são coisas que podem decidir um resultado, e todas elas provavelmente serão otimizadas após o treinamento mental. Um dos mais importantes é que é baseado em rotinas de concentração.
O que é concentração no esporte?
A concentração é a variável psicológica envolvida na capacidade de prender a atenção em um estímulo particular. No esporte, é fundamental colocarmos todas as nossas habilidades e conhecimentos à nossa disposição na hora certa. Isso é o que chamamos coloquialmente de “estar conectado”.
Existem várias maneiras de treinar essa variável. A coisa mais importante é criar situações artificiais que podem exigir sua colocação em prática durante o treinamentoJá que as variáveis psicológicas são como um músculo, quanto mais as usamos, mais as desenvolveremos (e se pararmos de usá-las, elas reduzirão seu desempenho).
Existem várias dinâmicas destinadas a chamar a atenção, mas a mais básica é o clássico jogo do lenço (cada participante tem um número atribuído e deve correr para um lenço quando um moderador canta esse número, competindo com o participante com o mesmo número. Número de adversários equipes). Os décimos de segundo que levamos para reconhecer nosso número podem ser a diferença entre conseguir ou não o ponto para nossa equipe, como os décimos que levamos para observar onde um companheiro de equipe não marca em um jogo. A sessão pode ser adaptada ao esporte em questão substitua o lenço por uma bola de futebol, basquete, etc.
A dinâmica pode ser sofisticada com o único limite da imaginação de todos, por exemplo, dividir o arremesso em três partes e estabelecer regras diferentes em cada terço dele (basta jogar o primeiro toque no primeiro, não devolver a bola para quem ele aconteceu comigo no segundo, etc.). Desta forma, treinamos o músculo de concentração, prepará-lo para quando precisarmos de todo o seu potencial nas partidas.
No entanto, para além do treino de concentração, existem estratégias concebidas para invocar os momentos de maior necessidade (cobrança de falta, penalização, serviço …), devido à importância da situação ou à sua vulnerabilidade a elementos perturbadores. .
Rotinas de concentração
Para tanto, existem as chamadas rotinas de concentração. Essas rotinas consistem em uma sequência de duas ou mais ações comportamentais simples, O último deles levando a este estado de foco (por exemplo, colocação da média à esquerda, colocação da média da direita, quicando a bola e jogando a cesta em um lance livre).
O funcionamento subjacente é o da associação de estímulos, e por esta razão deve-se notar a importância da sistemática na formação dessas rotinas, Uma vez que, no treinamento, é o próprio atleta quem causa esse estado de concentração após a sequência e, após muitas repetições, a sequência acabará por ser associada a este estado, podendo utilizá-la nos momentos em que é mais difícil focar. propósito durante a competição, semelhante a quando um cheiro nos lembra uma pessoa ou a música que temos em nosso despertador acaba fazendo com que nos rejeitemos se a ouvirmos a qualquer hora do dia. Os exemplos mais famosos de rotinas atléticas de elite seriam o tenista Rafa Nadal, antes de sacar, ou o futebolista Cristiano Ronaldo, antes de cometer faltas.
Deve-se notar que uma rotina não precisa ser um comportamento visível, mas pode consistir em um pensamento ou frase de auto-diálogo.
A capacidade de focar a atenção em cada momento do jogo pode ser uma variável que faz a diferença, e a dinâmica ou rotina do treinamento em psicologia do esporte é um recurso que pode significar valor agregado entre nossa equipe e os rivais.