Existem diferentes formas de abordar o transtorno da adicção, propondo diferentes formas de atuação dependendo das características do indivíduo ou da fase de intervenção.
É essencial realizar uma boa intervenção em pacientes toxicodependentes, uma vez que esta condição pode levar a outros distúrbios mais graves, tanto físicos como psicológicos. Existem 4 grandes fases de intervenção em pacientes com determinado tipo de dependência: a desintoxicação, que consiste em interromper o uso de drogas ou adotar comportamentos aditivos; habituação, redução de maus hábitos; reabilitação, formação em competências novas ou existentes e reintegração social.
Neste artigo Falaremos sobre as diferentes formas de tratar pacientes viciados em drogas e como as clínicas trabalham para tratar esses transtornos..
Qual é o tratamento para o vício?
A clínica de tratamento de dependências é um centro onde as pessoas com problemas de dependência vão para a desintoxicação e mantêm a abstinência, ou seja, o não consumo. O paciente pode permanecer no centro, dia e noite, no centro por um período limitado de tempo, para que não tenha mais contato com nenhuma substância e permaneça não consumido ou possa ser tratado sem internação.
Da mesma forma, o paciente poderá receber atendimento personalizado e por profissionais de diferentes áreas, desde que seja realizado um trabalho multidisciplinar, para garantir o bem-estar do sujeito. Assim, a intervenção recebida pelo indivíduo é muito completa, focando não só o nível de saúde física e psicológica, mas também valorizando outras variáveis que podem facilitar a reinserção social do sujeito, como o nível de formação e preparação para o trabalho meio Ambiente. .
Dependências
A dependência é entendida como um distúrbio crônico que tende a persistir se nenhuma intervenção for feita. Em outras palavras, o vício por si só não desaparece e devemos agir e aplicar o tratamento se quisermos acabar com ele. As graves consequências do uso de substâncias tornam o tratamento da doença ainda mais importante se quisermos prevenir distúrbios mais graves.
Esses distúrbios podem ser físicos e psicológicos. O primeiro grupo seria o caso de doenças cardíacas, pulmonares ou câncer, bem como um risco aumentado de contágio por doenças transmitidas pelo sangue, pelo compartilhamento de agulhas, como HIV ou HIV. Hepatite C ; em termos de transtornos psicológicos, tem sido observado uma relação maior entre transtornos de humor, como depressão, transtornos de ansiedade ou transtornos psicóticos, como esquizofrenia.
Deve-se ter em mente que atualmente existem outros tipos de vícios além do vício em drogas, como o vício em jogos de azar, novas tecnologias, compras, os vícios que hoje chamamos comportamentais.
Funcionamento de clínicas para tratar vícios
Haverá diferentes formas de intervenção nos toxicodependentes, através de tratamentos mais ou menos intensivos, exigindo ou não a admissão do doente. Selecionaremos a melhor forma de intervir com base nas características do indivíduo ou nas suas preferências.
Seja qual for o método escolhido, o tratamento voltado para a superação do vício é dividido principalmente em quatro fases.
1. Desintoxicação
O primeiro passo no tratamento de vícios é parar de usar a droga, esse processo é chamado de desintoxicação. A ação deve ser completa, ou seja, o sujeito deve parar completamente de usar a substância ou parar de se envolver em comportamento viciante, por exemplo, parar de jogar. Nesta fase, será importante realizar um intenso acompanhamento e apoio ao doente, através da intervenção de um médico especializado. no tratamento do vício.
Também é comum completar o tratamento com uma intervenção farmacológica que permita reduzir e melhor suportar: a síndrome de abstinência, com a administração de benzodiazepínicos, que são um tipo de ansiolítico ou anticonvulsivante; O desejo, que se refere à sensação de necessidade da droga, pode ser tratado com naltrexona, usada principalmente na dependência de opiáceos, ou inibidores da recaptação de serotonina, que é um tipo de antidepressivo.
2. Deterioração
Passada a fase de abandono dos comportamentos aditivos, é necessário intervir no paciente para eliminar maus hábitos, maus hábitos que o levaram a consumir. Mudar rotinas associadas ao uso de drogas ou comportamentos aditivos para estabelecer estilos de vida melhores e mais saudáveis longe de ambientes que facilitem ao sujeito a satisfação do vício.
3. Reabilitação
Redução de maus hábitos e maus comportamentos, é importante treinar com as competências disciplinares que já tinha mas perdeu e novas que lhe permitam alcançar uma melhor integração. Também é possível trabalhar formas de lidar com estados que o sujeito muito provavelmente pode estar vivenciando, como ansiedade por beber, falta de controle de impulsos, habilidades sociais, comunicação, assertividade e resolução de problemas.
Sessões individuais e coletivas podem ser organizadas, em grupos, para facilitar o relacionamento com outros sujeitos.
4. Reintegração
O objetivo final de qualquer tratamento de abuso de substâncias é garantir que o sujeito seja reintegrado à sociedade e possa viver funcionalmente. Desta forma, vamos analisar e valorizar o ambiente do sujeito, seus amigos, seus parentes… Para poder intervir e melhorar qualquer tipo de alteração ou má conduta observada.
Após o tratamento de desintoxicação, o paciente deve permanecer vinculado à clínica, de onde será acompanhado e apoiado sempre que precisar. Nesta fase, também é importante abordar quaisquer medos e preocupações que possam surgir no sujeito para a nova vida que surge sem a droga ou o comportamento viciante.
Modalidades de intervenção
Como vimos, existem diferentes áreas a serem tratadas, por isso é necessário aplicar diferentes tipos de intervenção. Veremos como eles podem ser mais ou menos intensivos, independentemente de outros sujeitos intervirem ou não, focarem especificamente no vício ou introduzirem outras condições também.
1. Procedimento ambulatorial
Tratamento ambulatorial permite a intervenção sem a necessidade de internar o paciente em um centro; dessa forma, é menos intensivo, mas também permite que a terapia seja aplicada e o controle do paciente seja mantido.
É uma boa opção para sujeitos que estão nos estágios iniciais do vício, sujeitos com forte força de vontade e autocontrole, ou para pessoas que saíram do centro de reabilitação e precisam de acompanhamento adicional. Vemos como isso pode funcionar como uma etapa de pré ou pós-entrada.
2. Intervenção de ingestão
Como já foi referido, este é o modo de intervenção mais intensivo, que consiste em separar completamente o sujeito do seu ambiente e assim reduzir qualquer risco de consumo. Será realizado um tratamento padronizado e multidisciplinar para desintoxicar o paciente.
Neste caso, toda a vida do sujeito é alterada, pois ele deve deixá-lo por um tempo para viver dia e noite no centro, mas com uma atenção muito mais completa, podendo ser amparado em todos os momentos e cercado por um ambiente seguro. . ambiente, com todos os equipamentos e profissionais necessários à sua disposição.
3. Intervenção individual
A intervenção realizada individualmente com o paciente será fundamental e muito importante, pois é o próprio sujeito que deve assumir a responsabilidade de lidar com a situação e parar o vício.
Diferentes áreas serão trabalhadas usando diferentes técnicas, tais como: modificação comportamental, comportamento relacionado a drogas e realização atividades prazerosas sem recorrer a uma substância ou comportamento viciante; distúrbios cognitivos, que abordarão crenças mal-adaptativas e irracionais relacionadas a drogas, bem como possíveis medos; e farmacológico, já vimos que o uso de medicamentos é útil principalmente nos estágios iniciais.
4. Intervenção em Grupo
Intervenção em grupo, com outros sujeitos que estão ou passaram por situações semelhantes, É uma boa opção de tratamento para realizar de forma complementar à terapia individual.. Dessa forma, o paciente poderá se sentir apoiado, ver que não é o único a ter esse problema e poderá compartilhar seus sentimentos, além de conselhos que lhe foram úteis.
A terapia de grupo também possibilita trabalhar as habilidades sociais, a comunicação, ver como o sujeito reage aos outros indivíduos, facilitando assim a transição para a reinserção social.
5. Intervenção da família e do casal
Um fator a ser considerado ao realizar a intervenção em sujeitos com algum tipo de dependência é o ambiente social, familiar e amigável. Dessa forma, será importante trabalhar os problemas que possam existir nas diferentes relações sociais do paciente, para diminuir o risco de uma possível recaída.
Também tentaremos envolver a reabilitação no ambiente imediato para que possam cooperar e auxiliar na recuperação do indivíduo. É importante informá-los das diferentes fases e passos a seguir, principalmente as pessoas que convivem com o paciente. Da mesma forma, quando o sujeito rompe com o ambiente ligado ao vício, também é necessário se afastar de sujeitos que são más influências, sujeitos que continuam tendo comportamentos aditivos.
6. Entrada dupla
É comum ver que pacientes dependentes químicos também apresentam outros tipos de transtornos mentais, sendo os transtornos de personalidade mais comuns, os transtornos de humor e os transtornos psicóticos. Nestas circunstâncias, devemos intervir em ambas as atribuições. Uma das terapias mais eficazes foi a integrada, que combina os dois tratamentos em um programa unificado.
Referências bibliográficas
- Becoña, E. e Cortés, M. (2010) Manual de vícios para psicólogos especializados em psicologia clínica em formação. Socidroálcool.
- Instituto Nacional de Abuso de Drogas (2018) Princípios do Tratamento da Dependência de Drogas: Um Guia Baseado em Pesquisa (Terceira Edição).
- Srivastava, A., Hardy, K., Kahan, M. & Clarke, S. (2021) Facilitando o acesso rápido ao tratamento medicamentoso: um estudo controlado randomizado. Ciência do vício e prática clínica.