A regra dos 4 presentes para o Natal

No Natal, o costume de presentear os mais pequenos da casa tornou-se uma tradição e, por vezes, uma forma de pressão social para o consumismo. Neste artigo vamos nos concentrar em como a chamada regra dos 4 presentes nos ajuda a lidar com esse fenômeno.

O consumismo é igual à felicidade?

É inegável que vivemos em uma época em que o consumismo desempenha um papel central no sistema organizacional da sociedade atual. Uma época em que diferentes meios de comunicação nos dominam com seus anúncios e mensagens que nos levam a acreditar que possuir cada vez mais produtos, mesmo que não sejam necessários, contribuirá para o seu próprio bem-estar.

Nada poderia estar mais longe da verdade; pesquisas que especialistas em estudos da felicidade como Martin Seligman fizeram até agora indicam que existem três fatores principais que contribuem para um sentimento geral de felicidade e satisfação pessoal:

Por um lado, existe o prazer associado às vivências com as pessoas que nos rodeiam que provoca um aumento das emoções mais agradáveis ​​como a alegria, a calma, a excitação (por exemplo viajar, ouvir música, praticar desporto, etc.).

Por outro lado, o prazer de fazer essas atividades, que são particularmente satisfatórias e que diminuem os níveis de ansiedade (como dançar, pintar, escrever aulas, etc.).

Finalmente, encontramos os sentimentos positivos que surgem ao colocar em prática os valores pessoais que promovem a realização de objetivos sociais de nível macro, como generosidade, honestidade, integridade, etc.

Podemos perceber que os valores defendidos pelo capitalismo parecem não ter muito a ver com esses três aspectos mencionados. O capitalismo está posicionado em vez de fomentar atitudes como a competitividade, a individualidade ou a primazia do material; de forma que uma espiral viciante é criada em direção a esses últimos fenômenos, diametralmente oposta àquela exposta por Seligman.

Presentes de Natal: a regra dos 4 presentes

Tudo o que precede parece ter relevância especial nas datas de Natal, Como esta celebração está intimamente relacionada a compras e presentes. Por isso e para salvar um espírito menos consumista, mais solidário, sustentável e generoso, muitos especialistas em psicologia infantil apontam ano após ano o interessante e educativo que pode ser aplicado à chamada “regra dos 4 presentes” em os presentes que os adultos dão aos pequenos em casa.

Essa prática permite, por um lado, reduzir drasticamente o volume de presentes que as crianças recebem, Que é um bom exercício para aprender a valorizar mais conscientemente o esforço envolvido tanto para alcançá-lo quanto para merecê-lo. Por outro lado, a regra dos quatro dons é reformular o tipo de dons que escolherão, dando um sentido educativo a cada um deles. Assim, não se trata de aceder aos quatro pedidos (ou impostos) apresentados pela criança, mas estes devem ser adaptados às seguintes premissas:

1. O que eu pratico

Algo que você possa usar e achar útil, como roupas ou um acessório.

2. O que é necessário

Algo que você realmente precisa, Como um objeto que você usa para a sua escola ou um exercício extracurricular.

3. O que é desejado

Algo que você queira, desde que seja adequado à idade da criança. Nesse caso, é aconselhável pedir à criança que faça duas ou três propostas e o adulto escolha entre elas a que melhor se adapta à situação familiar. Um ponto importante pode ser considerar o comportamento e o esforço (e não exclusivamente a qualificação acadêmica final) da criança tanto no ambiente escolar quanto no ambiente familiar e social.

4. Aquele que educa

Livros compartilhados e / ou experiências educacionais e familiares, como uma excursão cultural, uma visita a um museu, etc. Quanto aos livros, parece positivo que sejam eles os que têm prioridade na escolha do título., Para que aumente a receptividade da criança a este tipo de dádiva.

Síndrome da criança hiperdotal

Seguindo os princípios acima, promove o combate à chamada “síndrome da criança sobredotada”, que se define por um conjunto de atitudes nocivas e consequências emocionais que podem se desenvolver na criança. crianças que recebem presentes em excesso.

Quando a ilusão e o valor atribuído ao presente diminuem, é favorável que apareçam comportamentos caprichosos e egoístas; a superestimulação é favorecida diante de tantos brindes que não consegue comparecer (o que o leva a acabar utilizando uma porcentagem muito pequena do total presente) além das implicações negativas de médio e longo prazo da superestimulação no paciente. criança, interfere com atenção e concentração; enfim, aumenta a fraca capacidade de tolerar a frustração, pois nega à criança a capacidade de realizar um trabalho emocional que lhe permite aceitar assumir de forma adaptativa que às vezes os desejos ou expectativas podem não ser satisfeitos.

Concluir

Como vimos, parece imprescindível conduzir um processo de reflexão e conscientização nesta época do ano em que certas práticas são socialmente incentivadas e que podem ter um efeito prejudicial nos valores éticos e educacionais que os adultos transmitem aos seus filhos. . Nesse sentido, a regra dos quatro dons sua aplicação apresenta um número significativo de vantagens psicológicas e educacionais, Para adultos e crianças.

Referências bibliográficas:

  • Seligman, MEP (2017) True Happiness. Edições B: Barcelona.

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