Pseudopsicopatia: sintomas, causas e tratamento

O cérebro humano é um órgão complexo que pode ser danificado e ferido. Às vezes, esse dano pode causar transtornos de personalidade.

Demência ou lesão em uma área muito específica, a área pré-frontal (localizada no lobo frontal), pode causar pseudopsicopatia. Fala-se de um transtorno orgânico da personalidade, cujo nome surgiu das semelhanças que pode apresentar com a psicopatia ou o transtorno anti-social. Quer saber mais sobre este quadro clínico? Continue lendo.

A importância do lobo frontal

No cérebro humano, sabemos que existem diferentes lóbulos, cada um com funções diferentes. O lobo frontal é responsável pelas funções executivas, Planejamento e tomada de decisão. O lobo pré-frontal é outra área ainda mais específica do lobo frontal e é dividido em três outras áreas: dorsolateral, medial e orbitofrontal.

Lesões pré-frontais causam alterações nas funções executivas, Na memória de trabalho e na memória prospectiva, e pode levar à pseudopsicopatia.

Por outro lado, dependendo da área lesada, surgem diferentes sintomas e síndromes:

Área dorso-lateral

Sua lesão envolve o início da síndrome disexecutiva. Basicamente, esse é o comportamento robótico do sujeito.

Área medial

Quando danificado, pode aparecer pseudodepressão. Isso leva ao déficit de certas funções.

Zona orbitofrontal

Está associada à pseudopsicopatia. Envolve o excesso de certas funções psicológicas. Veremos agora com mais detalhes em que consiste esse quadro clínico.

Pseudopsicopatia: quais são as causas?

A pseudopsicopatia pode ser causada por várias causas:

  • Lesão cerebral traumática (TCE) com lesões basais mediais extensas.
  • Lesão da área orbitofrontal do lobo pré-frontal.
  • Demência.

sintomas

Os sintomas de pseudopsicopatia incluem: distúrbios emocionais e de personalidade, desinibição, impulsividade, irritabilidade, ecopraxia, euforia, hipercinesia, julgamento social prejudicado, morte (por exemplo, sorriso desmotivado), falta de controle emocional, inadequação social, obsessões, falta de responsabilidade, Distratibilidade, infantilismo e hiperreatividade. Além disso, podem surgir comportamentos criminosos e viciantes.

Em outras palavras, a pseudopsicopatia é uma síndrome de “excesso” e especialmente desinibição, Como se a parte racional do sujeito fosse anulada e o sujeito não tivesse filtros para “quais comportamentos são socialmente adequados”.

Quando a demência é a causa raiz da pseudopsicopatia, também existem dois outros padrões que causam dois outros distúrbios, como veremos a seguir.

Transtornos de personalidade em pacientes com demência

Existem três modelos básicos de transtorno de personalidade em pacientes com demência. Eles são os seguintes.

Modelo passivo-apático

O paciente parece “inerte”, Mostra indiferença absoluta para aqueles ao seu redor. Ele não se interessa por nada no meio ambiente e mostra total falta de iniciativa.

Padrão desinibido: pseudopsicopatia:

o paciente ele é desagradável, desinibido e rude. Ele perturba os outros, não segue as normas sociais e negligencia sua higiene.

Esse padrão aparece até mesmo em pessoas que antes eram extremamente educadas e gentis.

Celotípico – motivo paranóico (“suspeito”):

o paciente ele fica desconfiado e paranóico. Ele começa a acreditar que seu parceiro é infiel a ele, que sua família quer traí-lo, que todos estão contra ele, que as coisas estão escondidas dele, etc.

tratamento

Para tratar a pseudopsicopatia, existem várias alternativas. Psicoterapia individual e familiarAlém de uma abordagem cognitivo-comportamental combinada com o tratamento farmacológico, podem ser opções recomendadas para esses pacientes.

O objetivo da psicoterapia será criar um clima de confiança para o paciente, E um espaço onde pode exprimir as suas preocupações e expor as suas dificuldades. Trabalhar na aliança terapêutica será vital.

Farmacologicamente, eles têm sido usados neurolépticos, estabilizadores de humor e anticonvulsivantes. Os resultados foram misturados.

Devemos ter em mente que, sendo pacientes com baixa autocrítica, é provável que adquiram alguma dependência de drogas. Por isso, é importante trabalhar a adesão ao tratamento farmacológico e a correta administração da dose recomendada.

Referências bibliográficas:

  • Junqué, C. (1999). Sequelas neuropsicológicas do traumatismo cranioencefálico. Journal of Neurology, 28 (4), 423-429.
  • Rosenweig, M., Breedlove, S., Watson, N. (2005). Psicobiologia: uma introdução à neurociência comportamental, cognitiva e clínica. Barcelona: Ariel.
  • Olivera, J. (2011). Demência e personalidade: uma viagem de ida e volta. Psychiatric Information, 204 (2), 77-198.
  • Quiroga, F. (2013). Transtornos psiquiátricos comuns em doenças neurológicas. Guias Neurológicos Colombianos da Associação Neurológica Colombiana.

Deixe um comentário