Ao longo da história da psicologia foram desenvolvidas várias modalidades de intervenção que responderam às diferentes formas de conceber os problemas do ser humano que foram surgindo ao longo dos anos.
Assim, desde o início do uso do método científico na psicologia, houve por um lado Terapias Comportamentais (Primeira Geração), Terapias Cognitivo-Comportamentais (Segunda Geração) e finalmente Terapias Contextuais ou de Terceira Geração.
Cada uma dessas correntes se concentrou em um aspecto ou outro da pessoa e nas diferentes teorias em que se basearam, todas com o objetivo de reconhecer as facetas que compõem a vida e o comportamento do ser humano. Nessa direção, vamos ver exatamente para que servem as terapias de terceira geração.
O que queremos dizer com terapias de terceira geração?
As terapias contextuais ou de terceira geração são fortemente influenciadas pelas contribuições do psicólogo Steven C. Hayes, particularmente na Contextualismo funcionaluma filosofia baseada no método científico que enfatiza o contexto da pessoa como a chave para o sucesso no tratamento de qualquer transtorno.
O contextualismo funcional poderia ser definido como uma tendência que se propõe a influenciar diretamente o comportamento e o funcionamento da pessoa por meio do estudo de fenômenos observáveis e variáveis presentes em seu contexto cotidiano. Concentra-se em como as ações e os espaços desempenham um papel no processo de tentar atingir os objetivos.
Assim, nas terapias contextuais pouca ênfase é colocada na necessidade de aliviar ou eliminar o desconfortomas fazendo a pessoa aceitar os caprichos da vida de uma forma que não conduza à auto-sabotagem, adaptando-se ao seu contexto e desenvolvendo um modo de vida compatível com seus verdadeiros interesses e objetivos pessoais (relacionados com os recursos e habilidades de as pessoas disponíveis).
Alguns dos aspectos contextuais da pessoa que podem ser estudados e modificados são seu comportamento verbal, os valores morais que compõem sua personalidade ou sua forma de falar consigo mesma (monólogo interior).
A abordagem contextual ou de terceira geração é um dos mais utilizados em consultas psicológicas em todo o mundotanto por se basear em uma filosofia científica fundada na empírica, quanto por sua grande variedade de modalidades existentes dentro de uma mesma corrente.
Para que são utilizados os diferentes tipos de terapias de terceira geração?
Atualmente podemos encontrar 4 tipos principais de terapias contextuais, todas muito eficazes e que podem nos ajudar a tratar uma ou outra das alterações psicológicas, dependendo das necessidades particulares de cada cliente.
1. Terapia Baseada em Mindfulness
Mindfulness ou atenção plena é uma técnica para gerenciar a concentração atencional cujo objetivo é que a pessoa possa focar sua atenção no momento presente e ser capaz de explorar o que está acontecendo dentro em tempo real, sem se deixar levar por obsessões ligadas a memórias do passado ou estimativas do que pode acontecer no futuro futuro
Essa técnica também possui uma poderosa base científica, podendo ser utilizada em todos os tipos de estudos e experimentos. Além disso, incorpora uma série de estratégias de meditação transcendental que provaram ser amplamente eficazes e que romperam com as tradições religiosas budistas e hindus nas quais se inspiraram.
As principais bases do Mindfulness como terapia contextual de autoexploração e autorregulação são a atenção total e o foco nos sentimentos presentes como eles são, a aceitação radical das próprias experiências e a vivência destas de forma ativa, envolvendo-se nos próprios objetivos e experiências são essenciais
2. Terapia Comportamental Dialética (DBT)
A terapia comportamental dialética integra vários elementos da terapia cognitivo-comportamental com os fundamentos conceituais das terapias contextuais e se baseia na adquirir habilidades psicossociais que ajudam a pessoa a viver melhor.
Na DBT, o terapeuta valida os sentimentos da pessoa que está sendo tratada, mas ao mesmo tempo a ajuda a treinar e aprender uma série de habilidades mais adaptativas que a tornarão mais feliz em sua vida diária.
Esta terapia Foi originalmente projetado para tratar o transtorno de personalidade limítrofemas também é comumente usado em pessoas com instabilidade emocional, transtornos de humor, pessoas com comportamento suicida ou pessoas com transtorno de personalidade limítrofe.
3. Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT)
A terapia de aceitação e compromisso baseia-se principalmente na linguagem como base para qualquer problema ou transtorno psicológico que as pessoas possam ter.
Através do aprendizado de várias técnicas de reestruturação de sua própria linguagem que o terapeuta ensina ao cliente, este aprenderá a melhorar sua flexibilidade psicológica; ou seja, a capacidade de viver e aceitar o momento presente e de se adaptar às situações que vivencia diariamente.
4. Psicoterapia Analítica Funcional (FAP)
A Psicoterapia Analítica Funcional enfatiza a importância da relação terapêutica e dos comportamentos apresentados pelo cliente na consulta, a fim de obter uma mudança na pessoa e levá-la a superar seus distúrbios psicológicos.
Na psicoterapia analítica funcional, o terapeuta reforçará esses comportamentos, pensamentos ou impressões positivos tendo em conta o contexto e as particularidades de cada paciente, e detectará os mais problemáticos ou inadequados para que o cliente possa analisá-los, aprimorá-los e finalmente poder modificá-los.
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Referências bibliográficas
- Chapman, AL (2006). Terapia comportamental dialética: indicações atuais e elementos únicos. Psiquiatria (Edgmont). 3(9): pág. 62-68.
- Cookson, C.; Luzon, O.; Newland, J.; Kingston, J. (2020). Examinando o papel da fusão cognitiva e da evitação experiencial na previsão de ansiedade e depressão. Psicologia e Psicoterapia. 93 (3): pág. 456-473.
- Fulton, P.; Germer, C.; Siegel, R. (2005). Mindfulness e Psicoterapia. Nova York: Guilford Press.