Existe um grande número de terapias psicológicas que pode ajudar as pessoas a superar seus problemas psicológicos. Enquanto alguns terapeutas usam apenas uma abordagem, outros podem usar uma combinação de diferentes tratamentos psicológicos para atender às necessidades de seus pacientes.
No entanto, apesar da diversidade de ofertas terapêuticas, nem todas as formas de psicoterapia são igualmente eficazes; alguns têm muito mais evidências empíricas para apoiá-los, extraídas de anos de pesquisa sobre os efeitos que têm nos pacientes.
Portanto, veremos uma revisão dos diferentes tipos de terapia psicológica mais eficazes, levando em consideração o número de problemas considerados úteis e o grau de comprovação de seus benefícios.
Nem todas as psicoterapias são iguais
A grande maioria da população associa a figura do psicólogo a uma pessoa que anota em um caderno tudo o que um paciente lhe diz sentado no sofá. Contudo, psicoterapia não é apenas ouvir uma pessoa e dar-lhe conselhos. O psicoterapeuta é um profissional de saúde mental com sólida formação teórica e prática, com especialização em áreas cognitivas (pensamento), afetivas (emoções) e comportamentais (comportamento).
Isso significa que a psicoterapia não é simplesmente “uma arte” baseada na sensibilidade e empatia do psicólogo e no vínculo terapêutico que ele cria com a outra pessoa. A eficácia do tratamento depende, em grande parte, do conhecimento e habilidade técnica desse profissional, bem como do tipo de terapia aplicada.
Os tipos mais eficazes de psicoterapia
No mundo da psicologia, muitas teorias e perspectivas de aplicação terapêutica coexistem. Neste artigo você pode ver os tipos mais eficazes de psicoterapia, Já que a eficácia está ligada à utilidade de cada um no tratamento de distúrbios específicos: não existe uma terapia que funcione para tudo.
1. Terapia cognitivo-comportamental
A terapia cognitivo-comportamental é uma das terapias psicológicas mais utilizadas atualmente. Este modelo terapêutico pertence ao que é denominado de segunda geração de terapias comportamentais e caracteriza-se por considerar que os comportamentos anormais decorrem da existência de uma série de padrões de pensamento e processos de pensamento distorcidos e disfuncionais, Que, juntamente com os padrões de comportamento aprendidos, causam grande sofrimento ao paciente.
Mais precisamente, a partir dessa proposição entende-se que para gerar mudanças terapêuticas é necessário intervir tanto nos hábitos e rotinas observáveis quanto nos padrões de pensamento que moldam a maneira como interpretamos as coisas e estabelecemos objetivos.
Assim, o objetivo deste tipo de terapia é mudar as crenças, pensamentos e hábitos disfuncionais com uma série de técnicas cognitivas e comportamentais. Por exemplo, treinamento em habilidades sociais, técnicas de exposição, modelagem ou reestruturação cognitiva, entre outros.
2. Terapia cognitiva baseada em atenção plena
Se eu disse acima que a terapia cognitivo-comportamental pertence ao grupo das chamadas terapias de segunda geração, a terapia cognitiva baseada na atenção plena (MBCT) é considerada terapia de terceira geração. Essas terapias se concentram no diálogo e no contexto funcional da pessoa, e eles buscam aceitação e uma atitude de não julgamento como forma de melhorar a saúde emocional das pessoas.
O MBCT foi desenvolvido por Zindel Segal, Mark Williams e John Teasdale, como um programa de prevenção de recaída de oito semanas em pacientes com depressão, estresse emocional e ansiedade. Ele combina exercícios de meditação e atenção plena com o aprendizado de habilidades de terapia cognitiva, como detectar e interromper padrões de pensamento não adaptativos que levam à depressão ou ansiedade.
3. Terapia comportamental dialética
Esta abordagem psicoterapêutica pertence à categoria de terapias cognitivo-comportamentais e foi especificamente projetada intervir no transtorno de personalidade limítrofe, No tratamento tem se mostrado muito eficaz. Ele combina elementos de atenção plena com as ferramentas da psicologia cognitivo-comportamental (nas quais a maior parte desta proposta se baseia) e estratégias de gerenciamento de ansiedade.
4. Terapia de Aceitação e Compromisso
A Terapia de Aceitação e Compromisso também pertence às terapias de terceira geração e visa criar uma vida plena e significativa para o paciente, aceitando a dor como normal. Tem sua origem na teoria dos quadros relacionais (RFT) e presta muita atenção à linguagem e cognição.
Portanto, ele entende a linguagem como algo que tem potencial positivo para o ser humano, mas que também pode gerar muito sofrimento. Ele enfatiza a autodescoberta e o esclarecimento de valores como elementos essenciais ao praticar a terapia. Também questiona o que é social ou culturalmente aceito, pois provoca no paciente a tentativa de controlar seus eventos privados e lhe causa grande sofrimento.
5. Terapia sistêmica
A terapia sistêmica é utilizada principalmente para problemas familiares e de casal (mas também em indivíduos), por ser uma abordagem mais holística e integrativa, levando em consideração as relações entre os membros de um grupo. Portanto, um terapeuta sistêmico pode trabalhar com vários membros da família ao mesmo tempo ou com um parceiro, embora também possa intervir em uma pessoa, embora a terapia continue a se concentrar na área de interações pessoais.
A terapia enfoca as relações dentro da família e do casal, e observa como eles interagem e quais são seus estilos relacionais e modos de comunicação levando em consideração os diferentes sistemas que compõem seu contexto. Além disso, baseia-se na corrente construtivista, o que significa que dá muita ênfase em como o significado é construído a partir de experiências pessoais.
- Para saber mais: “Terapia sistêmica: o que é e em que princípios se baseia?”
6. Breve terapia
A terapia breve apareceu pela primeira vez por meio da terapia sistêmica na década de 1970. Foi mais ou menos nessa época. quando este último começou a ser aplicado para tratar um único indivíduo, Sem a presença de toda a família. Essa forma de terapia é um modelo curto, simples, mas eficaz, que capacita as pessoas por meio de mudanças por meio de uma série de procedimentos e técnicas. A ideia não é gastar muito esforço e tempo em algo que pode ter uma solução mais rápida.
7. Psicoterapia interpessoal
A psicoterapia interpessoal é um modelo terapêutico idealizado por Klerman, Weissman e seus colaboradores, e se baseia na análise crítica dos elementos sociais que influenciam o desenvolvimento das psicopatologias. Ele trabalha nas ligações entre os sintomas atuais e questões interpessoais, como problemas de relacionamento.
A atenção dada a esta forma de terapia são as relações sociais atuais e como as expectativas dentro dessas relações podem causar sintomas patológicos em um paciente. O tratamento consiste em resolver problemas de relacionamento ou encontrar novos relacionamentos ou atividades como compensação.
Tem se mostrado particularmente eficaz no tratamento de casos de bulimia e compulsão alimentar, bem como na depressão maior. Uma variação, chamada terapia de ritmo interpessoal e social, é usada para tratar pacientes com transtorno bipolar.
8. Biofeedback
Tecnicamente, o biofeedback não é tanto uma forma de psicoterapia, mas uma ferramenta usada em psicoterapia e, além disso, tem uso mais amplo. No entanto, é um dos recursos mais valiosos que os psicólogos podem usar para intervir em certos problemas.
A sua aplicação é relativamente simples: consiste em alertar a pessoa, em tempo real, para os processos psicológicos ou fisiológicos que ocorrem no seu corpo. Em outras palavras, um loop de percepção-reação-percepção é criado o que permite à pessoa ajustar mais facilmente seu comportamento (em parte, involuntariamente) ao desejável, a fim de recuperar o equilíbrio.
O biofeedback tem se mostrado particularmente eficaz no tratamento de casos de dor crônica.
9. Treinamento em técnicas de relaxamento
Em muitos casos, grande parte da utilidade da psicoterapia depende de quão bem a pessoa aprende a controlar suas emoções e regular seu estado fisiológico. Desta maneira, o treinamento em técnicas de relaxamento é muito versátilComo pode ser aplicado em casos de dores crônicas, fobias e diversos tipos de transtornos de ansiedade.
Por outro lado, deve-se ter em mente que os problemas de ansiedade são muito comuns e são facilmente capazes de contribuir para o surgimento de outros transtornos de saúde mental. Assim, esta ferramenta terapêutica pode ser utilizada para prevenir diversas situações que corroem o bem-estar
Para saber mais sobre esta opção terapêutica, você pode ler o seguinte artigo: “6 Técnicas Fáceis de Relaxamento para Combater o Stress”.
10. Terapia de reminiscência
Este tipo de psicoterapia é amplamente utilizado para tratar casos de demência e doenças neurodegenerativas que afetam a memória e estão em um estágio inicial. Por exemplo, é muito eficaz em pacientes com doença de AlzheimerPorque ajuda a desacelerar os sintomas (na medida em que retarda sua progressão).
Sua função é consolidar o autoconceito e fortalecer os processos mentais relacionados ao senso de autoidentidade, estimular a linguagem e melhorar a autoestima.
Referências bibliográficas:
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