Entrevista diagnóstica em psicologia: características e funções.

A entrevista é uma das ferramentas mais importantes da psicologia, e é utilizada para fazer diferentes tipos de exploração que permitem ao psicólogo encontrar conteúdos não observáveis ​​que precisam ser avaliados.

Mais especificamente, a entrevista diagnóstica em psicologia é uma ferramenta utilizada pelos profissionais de saúde mental, neste caso no contexto clínico e de saúde, com o objetivo de explorar possíveis psicopatologias ou as causas do sofrimento psíquico do paciente que frequenta a consulta.

Neste artigo retornaremos com mais detalhes à entrevista diagnóstica em psicologia, bem como algumas das técnicas mais utilizadas durante o mesmo.

O que é a entrevista diagnóstica em psicologia?

A entrevista diagnóstica em psicologia e saúde mental é um recurso amplamente utilizado por psicólogos e psiquiatras, em contexto clínico ou de saúde, para realizar um exame diagnóstico e possíveis psicopatologias, ou simplesmente para buscar a origem do desconforto ou sofrimento psíquico que levou a pessoa que foi à consulta para ajuda profissional.

Deve-se notar que o mais importante não é formular um rótulo diagnóstico, mas encontrar o tratamento psicológico mais adequado que permita ao psicólogo ajudar o paciente.

Ao realizar um diagnóstico psicológico ou exame de saúde mental de um paciente, geralmente são utilizados como referência os critérios dos sistemas diagnósticos mais reconhecidos no mundo, como o DSM-5 americano. e CID-11, ambos da Organização Mundial da Saúde.

No entanto, esses manuais foram desenvolvidos com base em uma ampla variedade de clínicas de saúde mental, mas não fornecem orientações sobre como proceder. um diagnóstico ou explorar a raiz do sofrimento psicológico. Portanto, é importante que os profissionais de saúde mental saibam como conduzir uma entrevista diagnóstica por meio de uma série de perguntas que auxiliam no diagnóstico ou ajudam a encontrar as causas do sofrimento psíquico do paciente.

Ao longo da entrevista diagnóstica em psicologia, o psicólogo promove o estabelecimento de uma boa aliança terapêutica através da sinceridade, honestidade e colaboração e demonstrando que haverá confidencialidade. O psicólogo coloca em prática habilidades fundamentais para a profissão, como a empatia ou a escuta ativa.

Deve-se notar que o fim da entrevista diagnóstica em psicologia não é simplesmente formular um rótulo diagnóstico sobre determinadas psicopatologias ou transtornos mentais, embora deva-se ter em mente que o diagnóstico clínico desempenha um papel fundamental. No entanto, esse tipo de entrevista também é usado para encontrar o tratamento psicológico e as ferramentas que o psicólogo deve usar para ajudar seu paciente.

Também é importante notar que não existe um estilo único de entrevista diagnóstica em psicologia, mas cada psicólogo descreve seu estilo pessoal ao longo de sua carreira como ele ganhou experiência com todos os tipos de casos de consultoria. No entanto, há uma série de fundamentos que a maioria dos psicólogos tende a considerar durante uma entrevista de diagnóstico.

Por que é?

A entrevista diagnóstica em psicologia e saúde mental é geralmente utilizada com a finalidade de fazer um exame inicial que é de grande ajuda para o psicólogo, a fim de tomar as primeiras decisões sobre o caminho a seguir em sessões de terapia subsequentes. Esta entrevista é muitas vezes complementada por várias ferramentas de avaliação psicológica que permitem ao psicólogo comparar o que ele coletou durante a entrevista diagnóstica.

A entrevista diagnóstica em psicologia serve como uma ferramenta exploratória inicial que ajuda a determinar se o paciente pode ser avaliado ou necessita de intervenção mais urgente, podendo precisar ser encaminhado para um profissional de outra especialidade (ex. referência para determinar onde seguir o exame diagnóstico (por exemplo, completar o exame com a entrevista diagnóstica usando testes de avaliação psicológica).

Em suma, a entrevista diagnóstica em psicologia é uma ferramenta que permite ao psicólogo ter impressões diagnósticas iniciais que marcam o curso da avaliação diagnóstica, bem como a seleção do tratamento psicológico mais adequado ou a determinação do encaminhamento para outra especialidade clínica. Portanto, esse primeiro exame proposto pela entrevista diagnóstica deve ser feito da forma mais confiável possível, deixando de lado as expectativas ou estereótipos que o psicólogo possa ter formado inicialmente em relação ao paciente.

Passos e instruções a seguir

Abaixo veremos quais são as diretrizes básicas que geralmente são levadas em consideração ao realizar um exame inicial por meio da entrevista diagnóstica em psicologia.

1. Primeira observação

A primeira tarefa da entrevista diagnóstica em psicologia é a observação inicial de que permite que o psicólogo veja uma série de detalhes sobre o paciente durante os primeiros segundos da entrevista, como os seguintes:

  • Sexo.
  • Era.
  • Aparência de higiene e saúde, assim como a maneira de se vestir.
  • Grupo étnico.
  • Estado de consciência (vigilância, letargia, estupor)
  • Posturas e movimentos.
  • Frases.
  • Contato com os olhos (dependendo de mantê-lo ou evitá-lo).
  • Observe se ele faz algum movimento estranho.

2. Detecção por perguntas

A entrevista diagnóstica em psicologia é uma boa ferramenta de triagem usando uma série de perguntas, existem muitos com extensa validação por pesquisas empíricas que mostraram que existem questões que têm maior qualidade na detecção inicial e possível diagnóstico em psicologia.

Essas questões não devem ser consideradas como critério diagnóstico em si, mas permitem como primeiro filtro para que o psicólogo possa escolher ao longo da entrevista os temas mais relevantes para determinar as causas pelas quais o paciente deve ir para consulta, bem como bem como a fonte de possível desconforto psicológico.

É por isso que o clínico usa questões focadas nos aspectos mais relevantes para o diagnóstico ou determinação das causas do desconforto sofrida pelo paciente, a fim de encontrar o tratamento mais adequado.

3. Explorar

Durante a entrevista diagnóstica em psicologia também são realizadas uma série de perguntas informais a fim de explorar vários aspectos no paciente:

  • Nível geral de atenção durante a conversa, bem como mantido, focado e seletivo.
  • Linguagem paciente, análise da fluência, articulação, ritmo, inflexões ou modo de expressão.
  • Análise do pensamento, através da avaliação da capacidade associativa ou de possíveis inconsistências.
  • Avaliação da orientação do paciente (espaço-tempo, vital e histórico e atual).
  • Avaliação da memória de curto e longo prazo, avaliação de possíveis distorções.
  • Avaliação da história médica do paciente ou história de vida.
  • Avaliação do estado emocional do paciente (autopercepção, motivação, expressões não verbais, etc.).

4. Uso de instrumentos complementares

É muito útil que a entrevista diagnóstica em psicologia seja complementada por outras ferramentas de avaliação psicológica para confrontar os resultados dos testes com as conclusões tiradas durante a entrevista, a fim de permitir um diagnóstico mais completo e exaustivo.

Esses instrumentos complementares oferecem a possibilidade de avaliar possíveis problemas psicossociais ou fazer uma avaliação do funcionamento geral do paciente sobre o grau de dependência na realização das atividades básicas da vida diária, caso o psicólogo as considere necessárias durante a entrevista diagnóstica em psicologia; para fazer isso, você pode usar o índice Katz ou a escala funcional de Katz.

Podem ser utilizados testes que avaliam o estado de saúde subjetivo do paciente (por exemplo, pelo SF-12 – 12-Item Short-Form Health Survey) ou pela escala curta de Qualidade de Vida (por exemplo, WHOQOL – “World Health Organization Quality of Life Questionnaire “).

Também é possível usar testes psicológicos além da entrevista diagnóstica em psicologia para avaliar um conteúdo funcional mais completo do paciente, como o Mini-Exame do Estado Mental que serve para avaliar o sujeito no nível cognitivo se necessário. suspeita-se de uma possível adulteração.

Referências bibliográficas

  • Guillén, F. & Moreno, C. (2019). A entrevista no processo de avaliação psicológica. Para C. Moreno & IM Ramírez (Coords.). Avaliação Psicológica: Processos, Técnicas e Aplicações a Domínios e Contextos (pp. 185-216). Madrid: Editorial Sanz i Torres.
  • Maganto, C. & Cruz, S. (2005). A entrevista psicológica. A C. Moreno (editor). Avaliação psicológica: conceito, processo e aplicação aos domínios do desenvolvimento e da inteligência (pp. 187-253). Madrid: Editorial Sanz i Torres.
  • OnlineOliva, M. (2013). A entrevista. Para R. Fernández-Ballesteros (Coord.). Avaliação Psicológica: Conceitos, Métodos e Estudos de Caso (pp. 167-192). Madrid: Edições Pirâmide.
  • Vázquez, C. & Muñoz, M. (2004). Entrevista diagnóstica em saúde mental. Madri: Editorial Sintesi.

Deixe um comentário