As pessoas com transtorno bipolar podem viver uma vida normal em conjunto, embora, como outros transtornos, possam precisar seguir o tratamento estipulado, tentando alcançar uma estabilidade emocional interna que lhes permita alcançar a estabilidade externa nos relacionamentos.
Nesse sentido, para alcançar relacionamentos românticos estáveis, é importante que ambos os membros façam sua parte.
Neste artigo Falaremos sobre pessoas com transtorno bipolar e como elas vivenciam seus relacionamentos amorosose como agir em casal para manter um relacionamento estável.
O que é transtorno bipolar?
O transtorno bipolar é um transtorno mental classificado como transtorno de humor. Como o próprio nome sugere, nesta psicopatologia nós os observamos dois pólos, um humor triste ou apático e um humor eufórico. Em outras palavras, os critérios para um episódio depressivo e um episódio maníaco ou hipomaníaco serão atendidos.
Os sintomas são específicos para cada episódio. A depressão pode incluir: humor deprimido, perda de interesse ou capacidade de sentir prazer, perda ou aumento do apetite ou peso, insônia ou hipersonia, inquietação ou lentificação motora, fadiga, culpa, dificuldade de concentração ou pensamento repetitivo sobre a morte. Para fazer o diagnóstico, pelo menos 5 sintomas devem estar presentes por 2 semanas.
Por outro lado, em episódios maníacos ou hipomaníacos podemos observar: aumento da atividade ou energia, auto-estima inflada, diminuição da necessidade de sono, verborragia, fuga de cérebros, distração, atividade aumentada ou inquietação, envolvimento em atividades prazerosas. Em ambos os episódios, os sintomas são os mesmos e devem ser de pelo menos 3, mas em caso de mania, a duração do episódio deve ser de pelo menos 5 dias; em contraste, a hipomania requer apenas 4 dias. Além disso, na mania, podem-se observar sintomas psicóticos ou necessidade de internação.
Poderíamos diagnosticar dois tipos de transtorno bipolar, bipolar I, onde será mostrado um episódio maníaco, neste caso não é necessário esperar a presença de um episódio depressivo para fazer o diagnóstico ou bipolar II, onde é necessário mostrar um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo. .
O curso tende a ser crônico, com alta taxa de recorrência. Geralmente começa aos 20 anos e não há diferença entre os sexos, seja em termos de prevalência ou idade de início.
Como são as pessoas com transtorno bipolar em seus relacionamentos?
Agora que conhecemos melhor os sintomas do transtorno bipolar, ser caracterizado por mudanças de humor nos permitirá entender melhor como pode ser seu comportamento como casal ou como são os relacionamentos românticos. Como qualquer outro transtorno, um dos critérios necessários deve ser atendido a repercussão na funcionalidade do sujeito que a vivenciaafetando diversas áreas de sua vida.
A capacidade de viver uma vida mais ou menos normal dependerá da adesão ao tratamento, tanto farmacológico quanto psicológico. Se o sujeito for estável, é mais provável que sua ação no campo amoroso se desenvolva sem problemas, veremos como seu comportamento pode ser muito semelhante ao de indivíduos sem essa patologia.
Ainda assim, apesar da normalidade alcançada com a intervenção, podemos observar mudanças no estado de ativação. Ou seja, haverá dias com maior ativação em que o sujeito desejará fazer coisas e conversar e outros em que ficará sem energia e não desejará sair de casa. Este é o comportamento variável que os bipolares tendem a ter mais e não tanto uma mudança de opinião ou preferências. Também podemos observar dificuldades relativas na comunicação e construção de relacionamentos, devido a mudanças de humor e energia.
Assim, as pessoas com transtorno bipolar eles podem ter um parceiro estável, desde que sigam o tratamento indicado. Se eles permanecerem estáveis internamente, é mais fácil para eles serem estáveis externamente, caso contrário será muito difícil para eles manterem a continuidade.
Como se comportar no amor se você tem transtorno bipolar?
Além do comprometimento da funcionalidade, também é muito comum observar desconforto em sujeitos com essa psicopatologia, somando-se ao estigma que a sociedade confere às pessoas com transtornos mentais. Por esta razão, embora tenhamos visto que as pessoas com transtorno bipolar podem ter um caso amoroso, é normal que tenham medo e tenham dificuldade em decidir se querem estar com alguém, ou que duvidem de sua capacidade de ter um relacionamento. relação romântica. relacionamento normal.
Se você deseja iniciar um relacionamento, existem algumas dicas que podem ajudá-lo.
1. Cumpra o tratamento
Como vimos, um dos pontos-chave para manter a estabilidade e facilitar a formação de um casal é continuar o tratamento, tanto para tomar o psicotrópico necessário (a droga é um tratamento contínuo para o transtorno bipolar) quanto para continuar Indicações para terapia psicológicaque além de se beneficiar da redução dos sintomas da patologia também pode nos ajudar a mostrar um comportamento adequado no relacionamento.
2. Envolva seu parceiro em sua condição
Há muita desinformação por aí sobre problemas de saúde mental, então é muito provável que seu parceiro não saiba realmente o que é transtorno bipolar. Nesse caminho, converse com seu parceiro e explique quaisquer mudanças que você possa experimentar, comportamento que você possa notarirá ajudá-lo a compreender e resolver melhor muitas das situações que possam surgir.
Da mesma forma, pode ser bom compartilhar as técnicas que você usa para regular seu humor ou como você age em caso de sintomas. Torná-lo ciente de seu afeto e seu tratamento irá vinculá-lo maisencontrar apoio nele.
3. Não esconda nada dele
Este truque é adequado para todos os tipos de casais. É importante que quando você notar uma mudança em sua condição, quando você perceber que as coisas não estão indo bem, compartilhe esse sentimento com seu parceiro. Porque, por mais que queiramos escondê-lo para não nos preocuparmos com o outro, mais cedo ou mais tarde perceberemos nossa mudança de comportamento. Portanto, não espere que a situação fique pior e mais complicada.
4. Mantenha uma boa comunicação
Outra dica que funciona para todos os casais é se comunicar. Às vezes tentamos deduzir o que está acontecendo com nosso parceiro, por que ele está agindo assim, perdemos tempo fazendo suposições e podemos até ficar com raiva sem realmente saber o motivo de seu comportamento. Manter uma boa comunicação é um dos fatores-chave para alcançar um bom relacionamento.
Explique como você se sente e permita que seu parceiro faça o mesmo, para que ele possa comunicar as mudanças que vê em você, pois esses também são sinais que podem nos ajudar a agir preventivamente e evitar um episódio pior.
Como ajudar seu parceiro com transtorno bipolar
Assim como o trabalho e o envolvimento do paciente bipolar são importantes para que o relacionamento funcione, também é essencial que o outro membro colabore e ajude no objetivo de um bom relacionamento. Aqui estão algumas dicas que podem ajudá-lo.
1. Colabore com o profissional de saúde
O tratamento de acompanhamento nem sempre é fácil e pode ser difícil para o paciente seguir. É crucial que trabalhemos com o profissional de saúde mental para tentar fazer com que nosso parceiro siga o tratamento como deveria e conforme planejado. É bom que participemos e nos comuniquemos com o profissional, pois somos a pessoa que mais convive com o paciente e que poderemos detectar mais cedo possíveis mudanças em seu comportamento.
2. Trate seu parceiro normalmente
Como já vimos, se o sujeito recebe tratamento, o efeito do transtorno é controlável, sendo fortemente reduzido. Por esta razão, não devemos tratar nosso parceiro de maneira muito diferente do que trataríamos outra pessoa; não o superproteja, devemos tratá-los da mesma maneira. Isso não significa que, em situações em que sua condição seja desestabilizadora, estejamos ao seu lado e o ajudemos no que for possível.
3. Seja compreensivo
Embora seja possível ter um relacionamento normalmente, devemos estar cientes de que a psicopatologia é crônica e, portanto, podem ocorrer comportamentos ou sintomas que nosso parceiro não pode controlar e realizar sem a intenção de nos perturbar ou nos machucar. Muito comunicação será essencial; Expresse o que sente, sem atacá-lo, para poder falar sobre a situação.
Referências bibliográficas
- Antequera, J. (2018) CEDE PIR Manual de Preparação: Psicologia Clínica Vol.1. CEDE: 5ª Edição.
- Morales, G. e Goikolea, JM (2011) Aprendendo a Viver com Transtorno Bipolar: Um Guia Prático. Bristol Myers Squibb Medical.
- Fast, J. & Preston, J. (2012) Amar alguém com transtorno bipolar: Entendendo e ajudando seu parceiro. A nova série Harbinger Loving Someone.