Como lidar com uma crise psicótica? 8 dicas e passos a seguir

Quando um sujeito sofre um ataque psicótico, ocorre em sua mente uma ruptura com a realidade; experimenta percepções, ideias ou comportamentos incomuns. Também, geralmente o indivíduo também tem uma consciência diminuída da patologia.

Antes da expressão dos primeiros sintomas do ataque psicótico, é possível observar certos comportamentos diferentes no sujeito, como aumento do isolamento social, diminuição da auto-higiene ou aumento da suspeita de desconfiança. Se percebermos esses sinais que antecipam a apresentação da doença, podemos agir preventivamente e diminuir a gravidade dos sintomas.

Mas… O que fazer quando os sintomas desta patologia já estão presentes? Neste artigo veremos O que fazer com uma pessoa que sofre de um ataque psicóticopromovendo a sua recuperação e minimizando os riscos e situações perigosas.

O que é uma crise psicótica?

Entendemos a epidemia psicótica como um transtorno psiquiátrico caracterizado por uma ruptura temporária com a realidade; o sujeito deixa de perceber ou interpretar o ambiente ou seu estado interior como realmente é, por um período de tempo mais ou menos longo. As causas podem ser múltiplas, tanto orgânicas (como uso de substâncias) quanto psicológicas (por exemplo, relacionadas a transtornos psicóticos).

Embora possa haver uma predisposição interna (ou seja, o indivíduo tem maior probabilidade de desenvolver um surto psicótico), as condições ambientais que precipitam o surto geralmente são necessárias, como experimentar uma situação estressante ou uma diminuição ou aumento da estimulação.

Sintomas característicos de um ataque psicótico

O início da epidemia geralmente não ocorre de forma abrupta. É comum observar comportamentos antes do início dos principais sintomas do episódio psicótico, e o próprio paciente percebe mudanças em si mesmo que servem como indicador do próximo surto.

Alguns desses comportamentos anteriores, também chamados de período prodrômico, são elas: ideias estranhas, que se afastam do pensamento habitual; suspeita (detecta más intenções nos outros); diminui a higiene e os cuidados pessoais; ele se isola e se separa de seu ambiente; e comportamento desorganizado (cansado da predisposição para agir de forma inusitada).

Quando o surto já estiver presente, sintomas psicóticos reais, como alucinações, serão exibidos, que consistem na percepção pelos sentidos sem estímulo real; delírios (falsas crenças do sujeito); inibição psicomotora, pensamento e linguagem desorganizados. Essa sintomatologia pode apresentar diferentes graus de intensidade, podendo exigir a internação do paciente.

Devemos ter em mente que na maioria dos casos o sujeito mostra pouca ou nenhuma consciência dos sintomas de afetação, situação que conhecemos na psicologia como anosognosia. O indivíduo Ele realmente acredita que o que ele percebe ou os pensamentos e ideias que ele tem são ajustados à realidade e que há de fato uma estimulação externa ou uma causa real que explica essas sensações.

O que fazer com uma pessoa que sofre de uma crise psicótica?

Dado o tipo de sintomas e a variedade com que podem se manifestar, precisamos apoiar e ajudar ao máximo a pessoa com sintomas psicóticos. Será crucial que tomemos medidas para manter o controle da situação e evitar mais danos ou ferimentos a outras pessoas.

1. Comporte-se com calma

No início de um ataque psicótico, onde a situação pode ser alterada, É crucial não perder a calma e ficar calmo. Desta forma, é mais fácil transmitir esta sensação ao sujeito que manifesta os sintomas e ajudamos a reduzir o seu estado de ativação. Da mesma forma, a tranquilidade também nos permite agir de forma mais organizada e, podendo tomar decisões mais adequadas, será mais fácil reagir.

2. Procure um ambiente tranquilo

Como vimos, situações estressantes ou excessivamente estimulantes podem levar a sintomas psicóticos. Por esta razão, em caso de epidemia, devemos levar o sujeito para um ambiente calmo, para que seja mais fácil para ele se acalmar ou pelo menos os sintomas não aumentarem.

Será melhor evitar lugares lotados, tentando separá-los da multidão para ter mais controle. Se possível, recomenda-se que haja duas pessoas para poder apoiá-lo e ter mais capacidade de agir diante das diferentes circunstâncias que possam surgir.

3. Ajude o assunto o máximo que puder

Outra estratégia que pode ser útil para ajudar a acalmar e promover o estado da pessoa é ficar perto do sujeito, agir sobre o que ele não diz e nos perguntar até que possa isso é um comportamento perigoso. Ficaremos perto para que você perceba nossa presença, mas evitaremos tocá-lo ou olhá-lo diretamente nos olhos, pois esses comportamentos podem alterá-lo ainda mais. É melhor sentar ao lado dele e tentar ficar entre o assunto e a porta, mas não bloqueie completamente a saída..

4. Seja compreensivo

Devemos estar atentos à situação em que o sujeito apresenta a epidemia, os comportamentos demonstrados não os executam intencionalmente, ou seja, está em uma situação de transtorno mental em que ele não está totalmente ciente de seu comportamento, diminuindo assim a responsabilidade que tem por suas ações. Não podemos culpá-lo por seus atos, pois ele está em uma situação de ruptura com a realidade e perda de controle.

Uma vez que o impacto da epidemia tenha diminuído, também é essencial que tenhamos empatia e atuemos apoiando emocionalmente o sujeito.

5. Comunique-se facilmente com o assunto

Como o sujeito já está nervoso, devemos nos certificar de que nossa reação não aumente ainda mais seu desconforto.

O comportamento desorganizado pode variar de gritar, falar rápido ou comportamento violento. Por esta razão é essencial que não gritemos com ele; vamos conversar com você com calma, com frases simples e curtas que você pode entender facilmente. Não tentaremos falar muito, apenas o suficiente para ajudá-lo a se acalmar e sentir nosso apoio.

6. Ligue para os serviços de emergência

Como já vimos, o comportamento do sujeito que se encontra em situação de surto pode se tornar perigoso, tanto para o próprio paciente quanto para os indivíduos ao seu redor, razão pela qual devemos agir com cautela. Da mesma forma, quando o assunto está fora de controle e perdeu o contato com a realidade, a melhor opção é entrar em contato com o pronto-socorro ou profissionais de saúde mental para que possam intervir.

Será necessário orientar a toma de medicamentos, sobretudo nos primeiros dias que antecedem a epidemia, para tentar reduzir e controlar a patologia. Assim, o tratamento psicológico também será útil, introduzindo-o quando a intensidade dos sintomas tiver diminuído e o sujeito já puder interagir com o profissional.

Nos casos em que a situação é avassaladora, pode ser necessário internar o sujeito por alguns dias para mantê-lo sob observação e realizar tratamento e acompanhamento mais próximos. Embora esta seja a melhor opção em situações de grande afeto e onde possa haver comportamentos perigosos consigo mesmo em relação aos outros, não podemos obrigar o paciente a ser internado, não o forçaremos se não obtivermos o seu consentimento.

7. Cooperar para melhorar

Uma das opções que consideramos para um surto psicótico é a possibilidade de internar o sujeito por tempo limitado. O estigma que a hospitalização pode ter, principalmente se relacionado à saúde mental, pode fazer com que o indivíduo relute em aceitar a proposta. Por esta razão, temos que tentar não ver esta opção como desfavorável.

Diremos a você que no hospital será muito mais fácil tratar seus sintomas, obter uma recuperação rápida e o tempo de internação não é permanente, quando a melhora ocorrer e você estiver pronto, poderá sair ou poderá fazê-lo a qualquer momento negociar se ele quiser.

8. Acompanhamento para seguir o tratamento

Uma vez realizada a primeira intervenção para o surto psicótico, será necessário manter o tratamento, tanto farmacológico (especialmente de curto prazo) quanto psicológico, que persistirá por mais tempo. É essencial que o ajudemos a manter o tratamento e mostremos como trabalhar com os profissionais da maneira que pudermos para ajudá-lo.

Será muito importante aderir adequadamente ao tratamento e seguir o tratamento prescrito pelo psiquiatra e pelo psicólogo para reduzir o risco de retorno dos sintomas e outro surto. Teremos, portanto, que garantir que você respeite as doses estabelecidas e que você vá às visitas com seu terapeuta. Desta forma, vendo que apoiamos a intervenção, será mais fácil para você vê-la como uma coisa boa.

Referências bibliográficas

  • Bromley, S., Choi, M. & Faruqui, S. (2015) Primeiro Episódio Psicose. Um guia informativo. Centro de Dependência e Saúde Mental.
  • Frías, A., Palma, C., Giné, E. e Aluco, E. (2014) Trauma, transtorno de estresse pós-traumático e psicose: implicação etiopatogênica e nosológica. Revista Europeia de Psiquiatria.
  • Martens, L. & Baker, S. (2009) Promovendo a recuperação do primeiro episódio de psicose. Centro de Dependência e Saúde Mental.

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