A história está repleta de personalidades importantes a serem lembradas por suas contribuições para a busca do conhecimento, seja nas áreas científica, filosófica, literária ou outras. Neste artigo, falaremos de uma dessas figuras, em particular, pertencente ao século XX: o filósofo, crítico literário e tradutor alemão Walter Benjamin.
Nesta breve biografia de Walter Benjamin revisaremos sua vida, E algumas de suas contribuições mais notáveis ao longo de sua carreira.
Uma biografia de Walter Benjamin
Walter Benjamin, nome completo Walter Bendix Schönflies Benjamin, foi filósofo e crítico literário, além de tradutor e ensaísta, de origem alemã. Ele nasceu em 15 de julho de 1892 em Berlim, Alemanha, e morreu em 26 de setembro de 1940 em Portbou, Espanha, aos 48 anos.
O pensamento de Benjamin, associado à escola de Frankfurt, é alimentado por diferentes disciplinas e orientações, como o idealismo alemão, o romantismo, o materialismo histórico e o misticismo judaico. Suas contribuições concentraram-se principalmente em duas correntes: o marxismo ocidental e a teoria estética..
Assim, Benjamin foi um filósofo inquieto, fortemente influenciado pelo marxismo, que nutriu diferentes filosofias e correntes para desenvolver seu próprio pensamento. Além disso, foi um grande viajante, pois esteve em diversos países para aprender e treinar.
Origens e infância
Walter Benjamin nasceu em Berlim em 1892, em uma família rica de origem Ashkenazi (este termo se refere aos judeus que viviam na Europa Central e Oriental). Sua família estava envolvida em negócios e naquela época estava totalmente integrada na Alemanha.
Seu pai era Emil Benjamin, um banqueiro parisiense que se estabelecera na Alemanha; em Berlim, ele trabalhou como antiquário. Sua mãe era Pauline Schönflies, que lhe contava histórias à noite (como lembra Benjamin, que se inspirou nisso para desenvolver uma de suas teorias).
Então Benjamin reflete sobre isso, focando na relação que eles estabelecem entre a tradição e os dias atuais. Posteriormente, em 1905, Benjamin ingressou em um internato em uma área rural, mais precisamente na Turíngia (Alemanha). Dois anos depois, em 1907, Benjamin voltou para a escola de Berlim.
Estudos, vida e carreira
Aos 20 anos, Walter Benjamin iniciou seus estudos de filosofia na Universidade de Friburgo (Alemanha), embora logo tenha se mudado para a Universidade de Berlim para continuar.
Foi na Universidade de Berlim que ele aprendeu sobre o sionismo, um movimento político e ideológico nacionalista judeu. Daqui, Benjamin desenvolve um “sionismo cultural”, baseado no valor cultural do misticismo judaico. Por outro lado, Benjamin, talvez influenciado por sua origem, defende o judaísmo como elemento essencial da cultura europeia e, principalmente, valoriza sua espiritualidade.
Além disso, Walter Benjamin também está interessado em questões educacionais e em seus anos de faculdade ele se juntou a um grupo chamado “União de Estudantes Livres”, onde foi eleito presidente. Assim, desenvolve escritos para esse grupo que mencionam a necessidade de reformas, tanto educacionais quanto culturais.
Quanto à sua vida privada, Walter Benjamin casou-se com Dora Pollack em 1917. Eles tiveram um filho, Stefan Raphel (1918-1972). Nessa época, Benjamin buscava um tema para sua tese, que acabou enfocando a filosofia de Kant e Platão.
Escola de frankfurt
Vimos no início do artigo como o pensamento de Walter Benjamin estava, em grande medida, associado à escola de Frankfurt. Assim, Benjamin foi um colaborador dessa escola, embora nunca tenha sido “associado” diretamente a ela.
Por sua vez, a Escola de Frankfurt na Alemanha era formada por um grupo de pesquisadores e acadêmicos que uma série de teorias e orientações teóricas, como as de Freud, Marx e Hegel.
Walter Benjamin adotou uma filosofia marxista em sua carreira. A filosofia marxista tem buscado estudar a natureza e os fundamentos do marxismo, modelo teórico explicativo da realidade, formado pelo pensamento de Karl Marx, filósofo e revolucionário alemão de origem judaica. Lembremos que as contribuições de Marx repercutiram em campos tão diversos como economia, direito, história e sociologia.
Literatura: traduções e crítica literária
Walter Benjamin, como vimos, também foi tradutor e crítico literário. De suas traduções destacam-se as de duas importantes personalidades: Marcel Proust e Charles Baudelaire. Por outro lado, uma das obras mais conhecidas de Walter Benjamin é The Translator’s Task (este é um ensaio), que trata justamente daquela atividade literária da qual ele participou: a tradução.
Quanto à crítica literária, apresenta a crítica de obras como o romance Les Affinités Electives, de Goethe, e algumas obras de Franz Kafka, Karl Kraus, Marcel Proust, Charles Baudelaire … Também traduziu o livro. Alemão Les Fleurs du Mal e partes do romance de Proust Em Busca do Tempo Perdido.
Morte na espanha
Em 1940, no contexto histórico da ocupação nazista da França, Walter Benjamin parte para os Estados Unidos, cruzando a Espanha. Mas a polícia espanhola o interceptou, assim como um grupo de refugiados do qual ele também faz parte, por não possuir os documentos (visto) exigidos na época.
Como resultado, Benjamin, em um hotel na cidade fronteiriça dos Pirenéus, ingere uma dose letal de morfina e suicida-se em Portbou (província de Girona). Ele tinha 48 anos e morreu em 26 de setembro de 1940.
Referências bibliográficas:
- Capella, JR (1990). “Notas sobre a morte de Walter Benjamin”. Embora muito (43): 101.
- Cano Gaviria, R. (2009). Passageiro Walter Benjamin. Montblanc, Espanha: Edicions Igitur.
- Steiner, U. (2012). Walter Benjamin: Introdução à sua obra e ao seu pensamento. UCP.